Mario Sergio Cortella e um de seus excelentes textos sobre “Competência”.
Competência não é um estado imóvel, completo, definitivo. Competência é como um movimento de gerúndio. Não somos competentes, estamos sendo. Formamos nossa competência no dia a dia. Uma empresa, uma pessoa ou um grupo não são já qualificados, mas qualificantes – estão sempre em processo dinâmico.
Há algumas décadas, quando se perguntava a alguém sobre sua qualificação, a pessoa dizia: “Sei fazer isso, isso e isso”. Hoje, dada a multiplicidade de formas de trabalho e de produção, o horizonte de qualificações aumentou. Portanto, eu não sou mais alguém que, ao me formar, já fiquei pronto. Ao contrário, eu me formo numa determinada base, mas a velocidade de substituição dessa mesma base é tamanha, que eu preciso ser permeável, estar aberto aos novos aprendizados em quaisquer das áreas em que atuo.
A competência não é um infinitivo, que já está fechado, concluído. Ela é um gerúndio, um processo de formação. Nós nos tornamos competentes e incompetentes no dia a dia. Há uma precariedade maior e um prazo de validade menor para aquilo que sabemos, tendo em vista a subtituição velos de alguns dos mecanismos da nossa capacidade produtiva, das atividades no emprego, das estruturas do fazer.
Isso significa que há uma efervescência muito grande dentro da nossa competência.
Mario Sergio Cortella
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Mario Sergio Cortella é um filósofo, escritor, educador, palestrante e professor universitário brasileiro mais conhecido por divulgar questões sociais ligadas à filosofia na sociedade contemporânea.
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