O que é Ansiedade?
Muitas pessoas consideram ansiedade apenas como um estado de euforia, expectativa. E você, sabe o que é ansiedade?
A ansiedade configura uma série de respostas fisiológicas, ocorridas com ativação de determinadas áreas do cérebro e dependendo de sua intensidade e frequência, pode ser considerada uma doença mental. Atualmente ela é uma das doenças mentais mais comuns e ganhou notoriedade no cenário da pandemia que estamos enfrentando (provavelmente você deve ter assistido algum médico psiquiatra ou psicólogo abordando esse assunto na TV recentemente). Vamos começar entendendo o que é ansiedade.
A ansiedade é uma emoção normal e comum a todas as pessoas, sendo extremamente importante para a autopreservação; o que significa dizer que ela nos protege de situações que nos colocariam em risco/perigo, através da avaliação da situação e resposta de luta ou fuga. Um exemplo onde a ansiedade pode ser ativada: um estudante que precisa passar em uma prova; ele estudará para ser aprovado, pois a consequência de não passar será uma reprovação.
Quando o estudante estuda para a prova, a sua ansiedade está lhe auxiliando a evitar uma consequência aversiva (a reprovação); um estado de tensão/preocupação pode ser considerado natural, considerando o que está em jogo (resposta de luta); ao contrário, se neste exemplo a ansiedade for patológica, o estudante ficará tão nervoso pela prova que pode lhe ocorrer de faltar ou arranjar desculpas para não ter que estudar (resposta de fuga/esquiva). Caso realize a prova sem ter se preparado o suficiente, ele confirma seus medos de ser reprovado e seus níveis de ansiedade certamente serão elevados em situações de avaliação posteriores.
Resumindo, a ansiedade é natural e precisamos dela, pois sem ela, não conseguiríamos nos preparar ou responder a situações desconhecidas ou a situações que envolvem risco conhecido. A ansiedade antecipa um evento futuro, o que gera uma reação esperada de medo. Para diferenciar a ansiedade normal da ansiedade patológica, esta alcança graus muito elevados e persistentes (que dura praticamente o dia todo, quase todos os dias), precisa interferir no funcionamento do indivíduo, comprometendo suas avaliações, que o paralisa diante de uma situação e gera sofrimento significativo. Num outro exemplo, uma pessoa que teme ser assaltada e começa a evitar sair de casa; o fato de pensar em ter que sair de casa já desperta sua ansiedade, um estado de alerta ao perigo, onde sua avaliação sobre a situação torna-se negativamente tendenciosa, ou seja, ela afirma com convicção que será assaltada ou que algo de muito ruim irá lhe acontecer – no entanto, sabemos que não há como ter controle sobre isso (as situações em que a pessoa não consegue controlar são ainda mais geradoras de ansiedade).
Não sair de casa a deixa em segurança, mas a qualquer momento em que ela precisar sair, toda a ansiedade e resposta de medo retornarão, e podem evoluir para ocorrências cada vez mais frequentes; essa pessoa pode, inclusive, ir parar no pronto socorro por estar passando mal devido sintomas de ansiedade (podem ser confundidos com um ataque cardíaco ou um AVC). Dessa forma, esse ciclo se perpetua e pode tornar-se crônico, se não tratado.
Em suma, a ansiedade é considerada normal quando há uma resposta adaptativa do organismo e considerada patológica quando assume proporções impeditivas ou até mesmo gerar reações desproporcionais a determinadas situações.
Buscando Ajuda
A pressão e exigências do dia-a-dia no trabalho, nos relacionamentos, em objetivos pessoais, profissionais ou acadêmicos, o excesso de informações (muitas vezes negativas) a que somos expostos todos os dias, são alguns exemplos de circunstâncias onde a ansiedade pode ser ativada; diante de um episódio ansioso, podem ocorrer sintomas físicos como: taquicardia (coração disparado), boca seca, respiração ofegante, tremores ou formigamento nos membros, sudorese (suor excessivo), agitação, insônia, irritabilidade, dificuldade em se concentrar, rigidez ou tensão muscular, dificuldade de relaxar, excesso de preocupações.
Tais sintomas pioram a qualidade de vida e impõe restrições à vida do indivíduo. Temos visto como a pandemia de Covid-19 alterou a rotina e a maneira de nos relacionar. Algumas pessoas conseguiram se reinventar e continuar funcionando, apesar dos desafios impostos; no entanto, outras pessoas começaram a conviver com sentimentos constantes de medo, vazio, inutilidade; sentimentos sempre acompanhados de pensamentos negativos sobre si, sobre o mundo e sobre a incerteza do futuro. E para portadores de transtornos de ansiedade, as repercussões foram ainda maiores.
A ansiedade, como vimos, é importante e necessária em nossas vidas, porém, mais importante ainda é compreende-la e reconhecer quando ela está começando a interferir no seu cotidiano. Psiquiatras e Psicólogos são profissionais de saúde treinados a identificar sintomas, diagnosticar e tratar transtornos de ansiedade, por isso, se você notou uma mudança muito significativa na maneira de sentir e suas preocupações e medos o deixam excessivamente angustiado, não hesite em buscar ajuda especializada.
Na Psicoterapia é possível aprender estratégias psicológicas que o ajudam a reconhecer sinais e sintomas da ansiedade e fazem parte do processo de autoconhecimento, assim como possibilita descobrir suas vulnerabilidades e agir para supera-las. Além disso, também são ensinadas técnicas para aliviar e reduzir a ansiedade, por exemplo, o controle da respiração, técnicas de relaxamento muscular e técnicas com imagens mentais, entre outras. O tratamento da ansiedade pode requerer uso de medicamentos específicos aliada à Psicoterapia.
A ansiedade precisa ser encarada com naturalidade e vista como aliada, e não inimiga.
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