Xingamento

Xingamento

Há vários povos, nós entre eles, que têm uma certa predileção pelo xingamento. É só observar no trânsito o quanto que alguns motoristas se especializam em xingar, por qualquer movimento, qualquer situação. Há pessoas, inclusive, que só conseguem dirigir xingando. Assim como existem pessoas qeu só conseguem gerir outras pessoas na empresa, no trabalho, xingando.

Entre nós, no Brasil, o uso do palavrão entra em várias ocasiões de maneira corriqueira. É claro que o uso intenso do palavrão acaba esvaziando o sentido original que ele carrega e retira até o seu uso apropriado. Pode-se questionar: “Mas existe um uso apropriado para o palavrão?” Há momentos em que o palavrão cabe muito bem, até como ofensa deliberada. Mas nós no Brasil temos algumas coisas que alguns povos estranham, uma delas é o uso do palavrão também como elogio. Muitos estrangeiros acham estranho, porque a primeira coisa que se aprende em outro idioma é palavrão também como elogio. Muitos estrangeiros acham estranho, porque a primeira coisa que se aprende em outro idioma é palavrão, coisa feia. Há pessoas que não estão habituadas, mas, nós, brasileiros, somos um dos que mais faz isso. Usamos o palavrão como forma de elogio. Quando se gosta demais de uma coisa, um palavrão é solto em alto estilo para quem deu aquele presente.

Quando gostam muito de alguém, as pessoas se abraçam e xingam usando até a mãe, a progenitora daquela pessoa, como uma forma de afeto.

Olha só, o palavrão com sua dupla forma de sentido, como afago, como afeto, como agradecimento e também como ofensa, como má palabra, como se diz em espanhol, como maneira de deturpar aquilo que seria o sentido original.

 

 

Texto escrito pelo…

Mario Sergio Cortella

 

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Mario Sergio Cortella é um filósofo, escritor, educador, palestrante e professor universitário brasileiro mais conhecido por divulgar questões sociais ligadas à filosofia na sociedade contemporânea.

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