É necessário que sejamos capazes de olhar os fatos, perceber o que está acontecendo e não ter uma avaliação apressada, movida tão somente pelo calor da situação. Existe uma frase antiga na Filosofia que gosto sempre de repetir: “Quem menos sabe da água é o peixe”. Porque o peixe está mergulhado naquela circunstância e precisaria, para enxergar melhor o que está vivendo, afastar-se um pouco dali pra ter uma percepção mais seletiva e mais crítica. Afinal de contas, a proximidade dos fatos obscurece bastante a análise.
Quando nós vivemos algumas situações de ebulição ou somos surpreendidos por alguns fatos é muito comum surgirem análises apressadas. Claro que uma análise precisa ser feita, mas convém ter cautela para impedir que se trabalhe como movimento e a emoção apenas daquele instante.
O escritor francês Charles Péguy (1873-1914), que se alistou e morreu na Primeira Guerra Mundial, dizia: “Quando se trata de História Antiga, não se pode escrever por falta de referências. Quando se trata de História Moderna, não se pode escrever, por sermos transbordados de referências”.
Muito interessante. Para escrever sobre História Antiga, nos faltam, muitas vezes, referências de análise. Na história Contemporânea, aquela em que estamos vivendo, é difícil escrever, porque nós temos excesso de referências, e elas perturbam a nossa capacidade analítica. Não é que elas impossibilitam, mas perturbam.
Nessa hora, é necessário ter objetividade em relação àquilo que se vai analisar, para nõa perder a capacidade de exercer uma visão crítica.
Texto escrito pelo…
Mario Sergio Cortella
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Mario Sergio Cortella é um filósofo, escritor, educador, palestrante e professor universitário brasileiro mais conhecido por divulgar questões sociais ligadas à filosofia na sociedade contemporânea.
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