Vinhos… a elegância e delicadeza do sabor

Vinhos… a elegância e delicadeza do sabor

Vinhos tintos, brancos, rosé… seco ou suave… nobres, comuns, especiais.

Feitos com uvas. Não as que encontramos nos supermercados e hortifrutis. Mas as próprias para o vinho, chamadas em latim, de Vitis Vinifera, com pele grossa, doces e com sementes. No mundo encontramos mais de 1300 variedades diferentes.

Para se obter uma boa qualidade de vinho é necessário ter uma boa qualidade da uva. Por isso, a vindima (colheita de uvas) deve ser feita no tempo certo.

Mas qual é a história do vinho? Como tudo começou?

Acredita-se que foi Noé que plantou um vinhedo e produziu o primeiro vinho do mundo. “E começou Noé a cultivar a terra e plantou uma vinha.” – Gênesis 9, versículo 20.

Para os gregos a bebida é uma dádiva dos deuses. No entanto, para a história, sua origem precisa é impossível, já que o vinho nasceu antes mesmo, da escrita.

Os enólogos (profissionais responsáveis por tudo o que está relacionado com a produção e conservação do vinho, espumante, suco e conhaque, desde o plantio, escolha do solo, vindima, produção, envelhecimento, engarrafamento e muitas vezes a venda), acreditam que a bebida surgiu por acaso. Alguém esqueceu em algum recipiente algumas uvas amassadas que acabaram sofrendo os efeitos da fermentação.

Mas a verdade, é que o cultivo das videiras para produzir o vinho, só aconteceu quando os nômades se tornaram sedentários.

Provavelmente o vinho foi produzido pela primeira vez na Geórgia, pois foram encontradas sementes de uvas neste local, datadas de 8000 à 5000 a.C.

Mas, foram os egípcios que documentaram em pinturas e papilos nos anos de 3000 à 1000 a.C. o processo de vinificação. Os primeiros enófilos foram egípcios. E foi a partir do ano de 2500 a.C. que o Egito passou a exportar vinho para a Europa Mediterrânea, África Central e reinos asiáticos, chegando à Grécia em 2000 a.C.

Já na Grécia, mundo mitológico, Dionísio, filho de Zeus, era o deus das belas artes, do teatro e do vinho. Onde o vinho se tornou mais cultuado do que no Egito, além de ser apreciado por todos. O que levou os gregos , por volta do ano de 1000 a.C. a plantares videiras em outras regiões da Europa, chegando a Itália, Sicília e Península Ibérica. Os gregos fundaram Marselha e o vinho foi comercializado com os nativos , sendo o primeiro contato da bebida com a futura França.

Homero (poeta grego), descreveu o vinho como delicado e suave.

No ano de 753 a.C. Roma era apenas uma vila de pastores e agricultores que acabou se expandindo a partir do séc. VI a.C. Em 146 a.C. a Península da Itália, o Mediterrâneo e a Grécia, faziam parte do seu território impondo seus costumes e culturas nas áreas conquistadas. E foi assim que o vinho se tornou a bebida dos legionários, gladiadores e das tabernas que viviam cheias de soldados.

Um dos fatos mais importantes na história do vinho foi a conquista da Gália, pelo imperador Júlio César. A partir daí as videiras se espalharam por outras províncias gaulesas. E o vinho atingiu seu apogeu nos séculos I e II.

Mas com várias guerras o Império Romano acabou sendo dividido em duas partes, a Ocidental (sede em Roma) e a Oriental (sede em Constantinopla). E com as inúmeras baixas no exército e as perdas de terras, o lucro dos vinhedos diminuíram, fazendo com que o Império Romano desse seus últimos passos.

A queda de Roma acarretou uma grande crise na Europa, o que fez a produção de vinho retroceder, não envelhecendo mais em barris de boa madeira. Consequentemente seu consumo tinha que ser imediato, perdendo toda a qualidade dos vinhos antigos.

Renascendo das cinzas

A produção do vinho só voltou a melhorar com o surgimento da Igreja Católica. Desde o séc. IV quando Constantino (imperador romano) converteu-se ao cristianismo, a Igreja cresceu e se fortaleceu como instituição sendo vista como a possuidora da verdade e da sabedoria.

O símbolo do vinho na Liturgia Católica, não poderia mostrar um sentido maior, o Sangue de Cristo. O que fez a Igreja se estabelecer como proprietária de grandes vinhedos nos principais mosteiros religiosos da Europa, onde o vinho era produzido para o sacramento da eucaristia e para o sustento dos monges.

O vinho também se destacou na área médica. As pessoas acreditavam que ele possuía propriedades que curavam diversas doenças e com o aperfeiçoamento das receitas surgiram outros vinhos, como o branco, rosé e espumante.

As Cruzadas Católicas, no séc. XIII, possibilitaram a exportação do vinho pelo mar. E com as grandes navegações o continente americano recebeu o vinhedo, durante a colonização espanhola. As uvas foram trazidas para as Antilhas por Cristóvão Colombo, e depois, exportadas para o México, os Estados Unidos e as colônias espanholas na América do Sul.

Com a Revolução Industrial, o vinho perdeu muita qualidade, porque passou a ser fabricado com técnicas menos rústicas, para dar possibilidade a produção em grande quantidade escala e venda barata.

Com os avanços da tecnologia, no séc. XX, a vitivinicultura evoluiu muito. O cruzamento genético, a formação de leveduras transgênicas e a produção mecanizada elevaram consideravelmente a qualidade e o sabor do vinho agradando aos mais diversos paladares.

A história do vinho no Brasil

Tudo começou em 1500, pelo navegador e nosso descobridor Pedro Álvares Cabral. Há relatos de que as 3 Caravelas e as 10 Naus, que saíram de Portugal carregaram 65 mil litros de vinho para o consumo dos marinheiros.

Martim Afonso de Souza plantou as primeiras videiras em 1532, na Capitania de São Vicente. No Rio Grande do Sul as primeiras videiras forma plantadas pelos jesuítas em 1626. E com a chegada dos imigrantes italianos, em 1875 a vitivinicultura teve grande impulso.

Algumas curiosidades

A garrafa de vinho e a rolha foram utilizadas pela primeira vez no século XVIII, na França.

Portugal é o único país em que se produz o raro vinho verde.

O uso moderado de vinho, reduz as chances de doenças coronarianas, doenças do cérebro, doenças respiratórias e doenças relativas ao aparelho digestivo.

Apreciar um vinho

Abrir uma garrafa de vinho é fazer parte da história de alguém, de uma família. É uma parte de algum lugar. Dá até para dizer que é algo além do místico. Cada garrafa traz as emoções daqueles que em algum momento passaram pelo processo que vai da uva ao vinho. É muito mais do que a uva e sua fermentação. É arte, é paixão, é identidade. Apreciar seu sabor é apreciar a própria poesia.  

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