Mario Sergio Cortella e um de seus excelentes textos sobre “Vida laboral”.
No final do século XIX, na Europa, já se debatia uma questão muito importante: será que o trabalhador tem direito à jornada de oito horas? A jornada de oito horas era estranha; supunha-se, inclusive, que não seria descartável, que um homem trabalhasse 14 horas, uma mulher 12 horas, e uma criança, 10 horas, sem intervalo quase para alimentação. Nesse momento, a Igreja Católica, com o Papa Leão XVIII, publica uma encíclica com o nome de Rerum Novarum, “sobre as coisas novas”, traduzido do latim para o português, em que se discute uma coisa avançada para o século XIX: a necessidade da organização sindical, da regulamentação do trabalho para oito horas, de fazer com que as pessoas tivessem direito de lazer e, ao mesmo tempo, a um descanso mais extenso.
Isso tudo que agora até pareceria meio óbvio, já não o foi. Claro que algumas pessoas ainda acham que há um certo exagero de direito de trabalhadores e fazem disso, até, uma de suas marcas dentro da ação política.
A democracia permite esa percepção, mas Millôr Fernandes, que gosto sempre de trazer à tona, escreveu um livro chamado Livro Vermelho dos Pensamentos do Millôr, uma brincadeira com O Livro Vermelho, de Mao Tsé-Tung, em que ele dizia algo para refletirmos: “Deus protege os fracos e os desamparados, mas um bom sindicado ajuda”…
Mario Sergio Cortella
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Mario Sergio Cortella é um filósofo, escritor, educador, palestrante e professor universitário brasileiro mais conhecido por divulgar questões sociais ligadas à filosofia na sociedade contemporânea.
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