Muitas vezes, nós pensamos apenas nos talentos que não temos e esquecemos dos que temos. Invejamos aquela pessoa porque ela dança bem, leva jeito para matemática ou é boa nos esportes e não levamos em consideração que somos capazes de fazer bem muitas coisas e que ninguém pode ser bom em tudo. Devido a isso, podemos nos achar inadequados e incompletos, alimentando sentimentos mesquinhos com invejas e ciúmes despropositados. É uma pena que tanta gente deixe de dar valor aos próprios talentos porque fica a se lamentar porque não é boa em cálculos, não sabe dançar bem, é péssima no futebol ou canta pessimamente.
Isso acontece muito no ambiente familiar, quando os pais elogiam demais um filho por ser bom em algo como esportes ou matemática. Por causa disso, os outros filhos podem acabar com inveja e ciúme, sentindo que não são bons o bastante devido ao fato de não serem bons naquilo. Com certeza, o mais provável seja que os pais não tenham má intenção, porém todos os pais deveriam entender que todos os talentos são importantes. Se aquele filho não é bom em números mas é bom em ciências ou português, por que não elogiá-lo também?
Todos os talentos devem ser valorizados e o fato de uma pessoa não ser boa em matérias de cálculos não a faz menos importante que ninguém. Eu passei por isso quando era criança porque, nos meus tempos de estudante, as que eram boas em matérias exatas como matemática e física eram consideradas as mais inteligentes e eu me senti estúpida e inadequada por um bom tempo até ver que levava jeito para português, redação e que tinha facilidade para aprender línguas estrangeiras. Assim, parei de me atormentar por não ser boa com cálculos. Por que passar a vida me martirizando por algo em que não sou boa em vez de aproveitar aquilo em que me saio bem?
Se você gasta seu tempo pensando nos atributos que lhe faltam, você acaba por desperdiçar as chances de crescimento pessoal. Pare de pensar no que você não é bom e invista nos seus pontos fortes porque apenas assim você irá se aprimorar e contribuir para seu crescimento pessoal. Ficar se lamentando pensando no que você não faz bem só irá contribuir para uma baixa autoestima. Temos que ser os primeiros a reconhecer nossas boas qualidades, isto é, devemos ser os primeiros a nos dar valor. Dê-se valor e entenda, de uma vez por todas que, se não podemos escolher nossos talentos e aptidões, podemos escolher fazer o melhor uso possível deles.