“O conhecimento do Uno não vem por meio da ciência e do pensamento… mas através de uma presença imediata, superior à ciência”. Eneadas Vol. IV. É através desse conceito sábio que nos conduz à intuição, veículo sutil para fazê-lo compreender a verdade universal, a Causalidade de tudo e de todos, desde que, através dos métodos convencionais, racionais, no conceito junguiano mediante as outras funções psicológicas – sensação, sentimento e intelecto – não consegue a identificação com a realidade.
Ao longo da evolução, esse fenômeno dá-se naturalmente, vezes outras, no entanto é através da intuição, do insight que se logra o apercebimento da Unidade, da origem da vida e da sua fatalidade de retorno à mesma, mantendo, no entanto, a individuação.
Em detrimento da infinidade de conhecimento, uma existência corporal é insuficiente, para dar significado à grandeza da vida, necessitando retorno à vestimenta carnal por diversas vezes – a reencarnação – de maneira que se desenvolvam pós seus germes em latência no cerne do Self – depositário dos sublimes recursos de que se faz herdeiro.
Sendo, portanto, a intuição o resultado da conquista do superconsciente antenado com as fontes geradoras da vida, após a superação da sombra e dos arquétipos que trabalham pela preservação dos conflitos, da lógica apenas advinda do intelecto, libertado do inconsciente coletivo e integrado no eixo ego-self.
Sendo que a função da psicoterapia é atender as necessidades profundas do ser humano, procurando despertá-lo para a sua realidade transcendental, trabalhando-lhe os valores nobres adormecidos, mediante os quais consegue identificar-se realmente com a vida, libertando-se de todas e quaisquer manifestações do sofrimento sob qual disfarce se apresente.
É incontestável que a busca da saúde seja essencial ao ser humano. Nesse sentido, o equilíbrio mente-corpo-emoção seja fator sine qua non para favorecimento da harmonia defluente das aquisições diárias sobre os conflitos e diluição deles mediante a aquiescência dos sentimentos em perfeita identificação com o Self.
Se não buscarmos a perfeita identificação dos elementos de que se constitui, por meio do equilíbrio fisiopsíquico, permanecerá em lutas contínuas internas e externas e que lhe retira os ideais de enobrecimento e de libertação dos atavismos infelizes.
Intuitivamente, todos sentem que algo transpessoal existe e os arrasta na sua direção num verdadeiro Deotropismo.
Fora Jung que se entregou ao estudo da realidade, buscando penetrar naquela que vai além dos sentidos – a intuição. Realizando investigações científicas com Pauly, físico quântico, penetrou também a sua sonda investigadora nas doutrinas orientais, nas mandalas, no Busdismo, para identificar o ser real, compreendendo o complexo, Self.
A princípio, a busca pela libertação do sofrimento, se dá pela urgência, advindas da angústia, dos conflitos emocionais, das frustrações, das ansiedades e perdas… para em seguida ser lograda a compreensão do mesmo. Então o ego desarma-se e contribui em favor da solidariedade e da compaixão, passos que denotam a presença do amor na psique e na emoção, favorecendo o Self com a legítima compreensão da realidade. Sendo nesse momento que se encontra predisposto à intuição, aos flashs dos insigths, campos admiráveis extrafísicos da percepção que leva à individuação.
Todos os seres estão “condenados” à plenitude – a luz – para a qual foram criados, atravessando os períodos diferenciados da escala evolutiva, desde as expressões primárias que imprimem conteúdos perturbadores no seu âmago, fazendo-se necessário passar por transformações libertadoras, que facultam à essência espiritual o seu total desabrochar.
É em razão dos milhões de anos em que se “aprisiona” o psiquismo na matéria densa, o impositivo de desimpregnação torna-se penoso na razão direta em que desperta a consciência e a sensibilidade se norteia na direção do transcendental.
Durante esse processo evolutivo de – nascer, viver, morrer, nascer de novo – que é a lei – o binômio saúde-doença – dualidade essa que existira até que se aconteça a evolução integral do ser de retorno a unidade – apresenta-se assinalado por muitas dificuldades de ordem fisiológica, psicológica e mental, que devem desaguar na harmonia propiciatória do equilíbrio pleno.
Através da excelência de algumas das excepcionais parábolas do Mestre – pesquisadas por grandes estudiosos da alma humana, cujo o bojo se encontram as lições psicoterapêuticas valiosas para a conquista do si mesmo, para integração incondicional do ego-Self.
Sendo o Self o arquétipo básico da vida consciente, o principio inteligente, ele é o somatório de todas as experiências evolutivas, sempre avançando na direção do estado luminoso. Em contra partida temos que o ego (a sombra) mascára-se no personalismo, em que se refugia nas heranças grosseiras, que levam o indivíduo à prepotência, à dominação dos outros, em face da dificuldade de fazê-lo em relação a si mesmo, ou seja, libertar-se da situação deplorável em que se encontra.
A luta interna dos dois polos faz-se cruel, embora o ego aparente ignorá-la, mantendo-se superficial, consciência do valor que se atribui, do poder que exterioriza, da condição com que se apresenta.
A psicologia humanista moderna e espiritualista vem contribuir de forma incontestável para ajudar o paciente a libertar-se de seus sofrimentos. Através da visão ampliada da intuição em relação a alma humana, torna-se um caminho mais curto para desvendar os mistérios da psique humana.
Finalmente, podemos dizer que somos dois em um, ou seja, um continuo antagonismo entre o ego e o self. E que segundo Jung temos dois “eus” internos, que se podem explicar como resultantes do Self, aquele que é bom e gentil, e do ego que busca preservar o lado feroz, vulgar, licencioso, negativo.
Dr. José Geraldo Rabelo.
Psicólogo holístico
Escritor e Palestrante. Watsapp – 984719412 – Cons. 3645-4010 e 4020
Email: rabelojosegeraldo@yahoo.com.br e rabelojosegeraldo740@gmail.com
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