No processo antropossociopsicológico da evolução, a princípio espiritual adquire experiências, emoções e conhecimentos através do trânsito pelos diferentes reinos da Natureza, nos quais desabrocham os recursos divinos que se lhe encontram o germe.
No salto das expressões animais para o ciclo de humanidade, durante muito tempo tem lugar a fixação dos instintos e dos automatismos fisiológicos, que se transferem para a manutenção da existência, enquanto eclodem as faculdades superiores da vida, que se encarregarão de libertar-se das constrições penosas do primarismo.
Esse estágio, o trânsito entre a fase anterior – instintiva – e a que se apresenta – consciência -, caracteriza-se por uma predominância poderosa dos hábitos automáticos e dos fenômenos de defesa e preservação da vida, pela predação inconsciente que mantém o Espírito violento e agressivo.
Em alguns casos, ocorrem os fenômenos do medo de enfrentamento e a permanência das paixões vigorosas portadoras de caráter competitivo, defensivo e agressivo, que desencadeiam a violência.
Muitas discussões médicas em torno da questão da violência e da saúde mental, constantes estudos epidemiológicos procurando encontrar criminosos que apresentam distúrbios mentais, havendo chegado à conclusão, quase generalizada, de que a insanidade psíquica não seria responsável pela alta incidência de ocorrências violentas: no trânsito, no lar, nas ruas, nas festas, etc.
Posso, no entanto, afirmar que as tendências biológicas – enfoquem também biopsicológico – levam à violência, que se apresentaria como decorrência de componentes biológicos e psicológicos descompensados, resultantes das gravações das heranças espirituais no cérebro do indivíduo “Transpessoal”. Os fatores sociais apresentar-se-iam como decorrência das condutas no contexto da sociedade.
Caracteres morais sem resistência diante de discriminação impostas por circunstâncias sociais e/ou econômicas, sempre injustas, estimulam à reação pela violência, recurso audacioso de que os fracos se utilizam para impor-se, superando os conflitos daquilo que consideram como inferioridade, que é espicaçada pela perversidade de leis impiedosas ou pela sociedade egoísta e indiferente.
É para mim compreensível que o indivíduo ainda seja dirigido pelas suas paixões, enquanto nela prevalecer os remanescentes ancestrais do processo evolutivo. Não conseguindo aquilo a que aspira de uma forma pacífica, apela para a violência, pouco dependendo de forças físicas, no que, os muito fracos podem vencer os fortes ou os menos inteligentes superam os lúcidos e cultos, graças aos ardis do instinto predador de que são possuidores. Educação no lar é a base para coibir a violência.
Em tal conjuntura, o paciente pode ser pode ser considerado portador de personalidade antissocial que, segundo o CID10 (Código Internacional de Doenças), trata-se de um transtorno de personalidade caracterizado por um desprezo das obrigações sociais e falta de empatia para com os outros.
Por sua vez, o DSM IV (Manual de Diagnóstico e Estatística de Doenças Mentais) elucida que se pode identificar o portador do transtorno da personalidade antissocial, graças a um padrão invasivo de desrespeito e violação dos direitos dos outros, que se inicia na infância ou começo da adolescência e continua na idade adulta.
O cinismo é uma expressão que caracteriza a conduta do indivíduo violento, que surge no período infantil – quando patológica -, prolongando-se pela adolescência, em que revela os pendores agressivos com mais intensidade, assim alcançando a idade adulta, sem uma adaptação equilibrada ao meio social.
Podemos ainda afirmar que o excesso de “normalidade” e algumas precocidades, com o dito popular de que isso é normal e quem não acompanha é preconceituoso e careta, pode ajudar a instigar a violência física e moral. “Tudo é permitido; mas nem tudo nos convém”. Apóstolo Paulo.
Esse tipo de indivíduo quando desmascarado na sua conduta excêntrica e mentirosa que se permite, parece arrepender-se, a fim de cativar as suas vítimas, mantendo-se, porém, insensível a qualquer transformação moral para melhor.
Sempre sabe dissimular o comportamento, tornando-se gentil e simpático – veja texto editado nesse jornal no dia 26/10 – Relacionamentos Conflituosos, o que levou a corrente americana de psiquiatria antipsiquiatria a sugerir que esse tipo de sociopata fosse excluído das classificações da doutrina mental, elucidando que o problema era mais de natureza moral e ética do que médica.
Porém, mesmo acreditando-se que o transtorno seria exclusivamente moral, torna-se necessária ajuda “psicomédica” (Médico e Psicólogo/Psicoterapeuta) a fim de corrigir perturbações nas sinapses neuroniais que geram o desconforto comportamental e desequilíbrios psicoemocionais e de conduta que geram disfunções neurológicas.
Na juventude, sentindo-se frustrado, portanto, irrealizado, pode entregar-se a estupros ou mesmo sexo permissivo com direito a plateia, em face de conflitos a respeito da própria sexualidade desequilibrada complementada ou refugiada no abuso de álcool e drogas. Sugestões fazendo apologia à violência entram diariamente em nossos lares pela “telinha”: MMA (retorno aos gladiadores), BBB (violência sexual e moral vigiada), sexo sem fronteiras ou sem paredes (Sodoma e Gomorra), perseguição e matança (Olho por Olho, Dente por Dente – Bíblia), desenhos animados e jogos violentos em computadores, etc.
A inclinação para a violência atrai equivalentes além-túmulo, gerando intercâmbio pernicioso, no qual a ferocidade das personalidades intrusas mescla-se com o temperamento desorganizado do hospedeiro, tornando-se mais grave a doença que ameaça o cidadão e a sociedade.
Quando não se pode desforçar naqueles que consideram como adversários, maltrata animais, plantas, destrói objetos pertencentes aos que tem como desafetos, de forma que produza mal-estar, ou entrega-se a verdadeiros comportamentos de vandalismo, que podem levar a lamentáveis ações de terrorismo covarde, qual vem ocorrendo na atualidade.
Crianças com diagnóstico de hiperatividade com déficit de atenção quando não tratados por especialistas – médicos e psicólogos – vão se tornar adolescentes com comprometimentos e alterações disrítmicas do sistema nervoso central, traduzidas num transtorno psicótico com delírios e mania de perseguição, que o leva a ações criminosas hediondas, sem dar-se conta do total desequilíbrio que o devassa.
A psicoterapia – Especialista que trata o paciente como um ser holístico e infinito – é imprescindível para delinear os parâmetros de conduta dessas crianças e/ou adolescentes no sentido de conduzir sua “inteligência” para caminhos evolutivos e saudáveis para si e para a sociedade como um todo.
Tendo-se em vista o largo processo de instalação do distúrbio sociopata da personalidade, o tratamento exige um longo período de libertação das raízes perturbadoras, que deram surgimento à insensibilidade e a todo o cortejo de distúrbios do psiquismo são externalizados em comportamentos e atitudes comprometedoras.
Finalmente, o paciente necessita, além do tratamento especializado, de verdadeiro contributo de afetividade na família, a fim de reencontrar a autoconfiança, o autovalor e desenvolver a autoestima profundamente desorganizada.
Dr. José Geraldo Rabelo.
Psicólogo holístico
Escritor e Palestrante. Watsapp – 984719412 – Cons. 3645-4010 e 4020
Email: rabelojosegeraldo@yahoo.com.br e rabelojosegeraldo740@gmail.com
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