Pensamos demasiadamente no nada às vezes.
Acreditamos que não há muitas opções de escolhas.
Sentimos a insuficiência de nós mesmos; somos escorregadios e intransigentes.
Refletimos o reflexo de nosso olhar miraculoso, e saudamos nossa falta de apetite vital…
Conversamos secretamente com nossa desregulação emocional e a alimentamos com nossa suposta adrenalina que inibe nós mesmos de nossos deveres e nossas responsabilidades. E não só uma responsabilidade como sentença meramente declarativa e lida sem efeito, mas uma responsabilidade carregada de sentido e de capacidade de se concretizar.
Se somos avessos à perfeição é porque buscamos o desgaste da responsabilidade como uma transgressão. E, dessa forma, encolhemo-nos em nós mesmos e refletimos tal desmedida. Somos, então, agora uma imagem recalcada de nossa indisciplina e de nossa teimosia.
Se pudéssemos repensar o conceito do que não se pensa em olhar digital, poderíamos cativar nosso instinto rebelde.
Seríamos a criatividade da reflexão; de nós por inteiro.
Podemos pensar em recomeçar sempre. Pois há todos os dias uma nova chance de refletir. De sentir. De ser e de se transformar. As lamentações apenas atrasam nossa caminhada evolutiva, apenas fazem surgir lágrimas desafinadas contra o sorriso divino; é uma comédia infeliz. Sigamos em direção ao céu, ao que as nuvens apalpam com graciosidade; as nuvens. E essas nuvens carregadas de sonhos e mais sonhos que buscam a explosão de se concretizarem.
O que há de ser será porque o que é necessário há de acontecer necessariamente. E o desnecessário nem existirá. E o que existe transitoriamente existirá até que alguma lei do Universo interrompa o curso de determinado evento.
Pensar exige esforço. O esforço pode ser sacrificante ou prazeroso. O pensar forçoso é um problema, porém o pensar relaxante nos capacita para uma conversa íntima conosco e com o mundo. Realmente pensar nos convida para um estado de conexão com nossos próprios pensamentos; visto que assim pensamos que pensamos e pensamos em pensar, em descobrir e analisar pensamentos que vão e vêm. Diria que se trata de um vulcão pronto a extravasar muitas interrogações, muitos códigos não codificados.
Cabe a nós programar pela via do autoconhecimento esses pensamentos desordenados e tratá-los. Compreender nossos dilemas e conflitos internos, abastecer nossa energia, trabalhar com esforço, ponderar nosso bom-senso e refletir sobre quem somos e sobre a nossa ligação com o mundo.