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Teoria do Relógio

Diz um autor desconhecido que: “até um relógio parado tem razão duas vezes por dia”, e lá se vai por terra a teoria de Sócrates, sabe aquela: “só sei que nada sei”!


O bom de filosofar é que encontramos verdades mentirosas e mentiras tão verdadeiras e no fim nunca sabemos ao certo se estamos aprendendo ou desaprendendo a viver. Estamos envelhecendo é certo, o tempo é incondicional, estamos nos nutrindo de experiências, de vivencias, de evolução, mas os anos não nos garante sabedoria. A mim parece inclusive, que em algum momento a gente para de aprender também, nos acomodamos em todos aqueles velhos paradigmas que permearam nossos dias e confortavelmente começamos a repetir velhas crenças e mesmo sem muita certeza, acreditamos ter nos apoderado da sabedoria.


Brincando com a teoria do relógio, podemos observar que num mundo de evolução como o nosso, as certezas mudam o tempo todo, se permitirmos é claro.
Percebemos que o erro de ontem pode ser a redenção do amanhã e que não somos vítimas e nem algozes, somos seres em evolução, e evoluir é um composto de erros e acertos sucessivos.


Longevidade é realidade e vivemos mais é fato, o tempo extra nos sinaliza como tempos de aprendizagens, conexões e vida ou tédio.
Nos cabe seguir ou parar nesse tempo que se alonga, olhar para dentro ou para fora de nossos corações, chorar muitas vezes a mesma dor ou aprender logo com ela.


E se temos agora mais tempo, o que fazer dele? Super histórias ou mais tempo para histórias repetidas. Podemos viver arraigados a dores eternas, alimentadas por um bocado de auto piedade e imaginação, nos negando a entender a finitude como um caminho curto para reflexão. Ou aceitar que lamentos, nos faz caminhar no vazio. Mas, podemos escolher o perdão como redenção de mágoas. Ou eternamente valorizar as velhas cicatrizes de estimação. Toda história é repleta de escolhas.


O passado faz acenos constantes para o nosso hoje, nos cabe conjugar o verbo viver no tempo que melhor nos aprouver: presente, passado ou futuro?


O mundo mudou, e acho que já entendemos que não há pessoas perfeitas, famílias perfeitas, relações sem dores ou enganos, mas também entendemos que fomos abençoados de tantas formas por esses seres imperfeitos que chamamos de familiares e amigos. Fomos acalentados de mil maneiras, recebemos suas bênçãos, seus sonhos e desejos, recebemos suas certezas equivocadas algumas vezes, pois era o melhor que tinham a nos oferecer. Algumas dessas certezas repassamos e outras conseguimos corrigir em tempo por obra de melhores vivencias e mais discernimento.


Então, qual teoria nos representa? Nenhuma certeza como o filosofo Sócrates, ou dois acertos diários como nos inspira um venturoso anônimo?
Acho que escolhemos conforme a tempestade vivida ou nosso humor do momento, afinal somos tão inconstantes como a vida.



Mariângela Carvalheiro
Psicopedagoga e graduanda em Gerontologia
mariangelamsc@gmail.com

Leia nossa indicação e post “É possível chegar a perfeição do ser humano?”

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