“Tenho que ser perfeito!”

“Tenho que ser perfeito!”

Se você diz isso a si mesmo, ou então pensa com frequência, “sou um fracasso” porque acredita que deveria ter tirado 10 e tirou 9 naquela prova, esse texto é para você! Pensamentos desse tipo podem revelar traços de perfeccionismo.

O que é então, perfeccionismo? Perfeccionismo trata-se de uma tendência em manter padrões elevados associada a sofrimento e prejuízos de qualquer tipo. Costuma-se associar esta característica à aspectos positivos, tanto que a resposta padrão das entrevistas de emprego quando os entrevistados são questionados sobre pontos negativos de si próprios é: “sou muito perfeccionista”, como se este fosse um defeito “bom”. O desejo de superação, de aprimorar o desempenho e ter consciência de que se pode melhorar são aspectos positivos de personalidade. O perfeccionismo traz aspectos negativos, associados à crítica e preocupações excessivas, medo de cometer erros, stresse e sofrimento. Não é um transtorno por si só, mas está ligado diretamente a diversos sofrimentos mentais.

Conseguimos identificar três principais dimensões de perfeccionismo. Veja se você se identifica com alguma delas, ou com todas: Perfeccionismo auto-orientado: Foca-se em SER perfeito, não aceita suas falhas e tem padrões e expectativas irreais. Perfeccionismo orientado para os outros: Tendência em julgar e criticar os outros, geralmente possuem dificuldade em delegar tarefas. Perfeccionismo socialmente prescrito: Aquele que acredita que os outros possuem altas expectativas sobre eles mesmos, buscam a aprovação dos outros.

Se você se vê como um perfeccionista ou já foi chamado assim, pode estar se perguntando de onde essa maneira de pensar e agir surgiu. A resposta pode ser encontrada em fatores genéticos e cognitivos que estão ligados ao aprendizado. Isso quer dizer que, se você tem pais ou cuidadores rígidos ou perfeccionistas você tem grandes chances de ser do mesmo jeito, pois, além da influência genética, teve o exemplo, ou seja, aprendeu a agir como eles. Além disso, não podemos deixar de citar a influencia do meio em que vivemos, pois a cultura onde estamos inseridos valoriza demasiadamente as conquistas e desconsidera as limitações que SER humano implica.

Para lidar com esta questão, deixo aqui sugestões do que você pode começar a fazer. A primeira coisa é: faça uma análise por escrito das vantagens e desvantagens que você encontra em se manter assim. Não esqueça de ser honesto consigo mesmo. Olhe para essa lista e analise-a, pois você só será capaz de realizar qualquer mudança se enxergar necessidade e benefícios em mudar. O segundo ponto é: mais aceitação e autocompaixão. Você conhece alguém que nunca errou? Quando perceber que está se rotulando, se julgando, pare imediatamente e lembre-se que é permitido falhar e que falhas não significam fracassos totais. E ainda, para lidar com o perfeccionismo, você precisará de autoconhecimento, isto é, entender sua história, as origens assim como de que forma o perfeccionismo vem se perpetuando ao longo da sua vida. Você pode começar dessa forma e se ficar difícil, busque terapia com psicólogo.

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