No fim das contas, um ateu precisa acreditar tanto em estudos, teorias, suposições, evidências e hipóteses, por vezes, não comprovadas completamente (física, biologia, arqueologia, antropologia e áreas afins) para revogar a existência de Deus, que acaba nem percebendo ser ele, muito mais crente e tendo mais fé em Deus (para todos os estudos se encaixarem e “darem certo”) que o próprio cristão. Vamos ver na prática as duas opções em cada crença: acreditar em Deus, independente da sua existência ou, não acreditar em Deus independente Dele existir, respectivamente. As opções que temos são: a1) Acreditamos e Deus não existe, não ganhamos e não perdemos nada. a2)Acreditamos e Deus existe, ganhamos algo. b1)Não acreditamos e Deus não existe, não ganhamos e não perdemos nada. b2)Não acreditamos e Deus existe, não ganhamos nada. Pelo exposto, concluímos que acreditar em Deus é além de sabedoria, fé e crença, um ato de inteligência. Quando não acreditamos em Deus, temos a possibilidade de 100% de não ganharmos nada com isso e, ainda perdermos algo. No entanto, ao acreditarmos em Deus, apenas temos a ganhar (50% de chance) e, caso Ele não exista, também não perderemos nada com isso. Ou seja, acreditar em Deus é, sempre melhor (50% melhor), do que não acreditar, independente da sua existência divina.
De forma simples, poderíamos tornar esse mundo um pouco melhor a cada dia, caso desenvolvêssemos uma mente super poderosa e bondosa, sob a qual nos movêssemos às ações de mesmo valor. “Vive bem, quem pensa bem.” Na nossa vida diária, quem nunca, já foi ridicularizado ou menosprezado ou, chamado de louco por fazer algo diferente do que a maioria faz? Andar de carro de um lado para o outro é algo comum e popular, no entanto, quem decide andar de bicicleta já é visto como maluco, estranho, esquisito. No entanto, quem diz isso, gostaria de encontrar uma forma de fazer exercícios também mas, sem precisar tirar um “tempo” e desembolsar um dinheiro extra na academia. No entanto, há tanta incoerência em nosso meio atualmente que, ao mesmo tempo que muitos procuram se exercitar, lá pelas tantas, alguns ciclistas compram uma bicicleta motorizada e, a mudança de vida em prol de menos impacto ambiental e mais qualidade de vida, perde o sentido completamente. Há muito mais ibope em “parecer ecológico do que ser ecológico”, realmente.
De forma análoga, todos nós gostaríamos de aderir a uma dieta a mais saudável possível, tanto quantitativa quanto qualitativamente mas, nem sempre dispomos dos meios necessários (dinheiro para comprar; tempo e/ou lugar para produção de alimentos sem produtos químicos nocivos e, para o preparo dos mesmos) para tanto. Uma pequena minoria da população possui ou compra alimentos in natura e prepara suas refeições diariamente. A imensa maioria da população come “qualquer coisa” (uma comida que não sei qual é, mas todos comem) rápido, e dorme pouco. Como se isso não bastasse, as pessoas raramente conversam em família (a célula mater de uma sociedade) e mal convivem entre si, apesar de viverem sob o mesmo teto. Dessa forma, juntam-se às doenças físicas, aquelas mentais e psicológicas.
Em vista disso tudo, vamos vivendo cada vez mais, aprisionados, encarcerados, por nosso próprio “estilo de vida moderno”. O exemplo clássico que ilustra o que escrevo é, andarmos engaiolados, trancafiados dentro de nossos carros o tempo todo ou, ficarmos presos em nossas casas ou celas de apartamentos, e ainda pagando pela nossa estadia! Pelo sim, pelo não, o fato é que, em toda a história da humanidade, e de forma apenas mais discreta atualmente, a imensa maioria, paga para alguns poucos, manterem a sua própria escravidão e, consequentemente, a sociedade em ordem. Esse pagamento ocorre através do tempo de trabalho realizado, diminuição da liberdade, submissão, subordinação, servidão, mansidão e porque não, gratidão, a todos aqueles que nos dão um emprego (nada é tão bom quanto ficar “pregado/preso/fixo” em algo pra sempre!) para sobrevivermos felizes e contentes. Não podemos esquecer de outros vilões bem maiores e vorazes da nossa vida, nesse sistema prisioneiro, os quais nos são apresentados no decorrer da subserviência cotidiana: a tal da inflação, a senhora que anda juntinha com o nosso dinheiro, aquele que perde o valor de vez em quando, “que era e já não é mais, que foi, já se foi e não voltou nunca mais”.
Apesar disso tudo que vemos, ouvimos e sentimos, estamos passivos, aceitando esse estilo e esse modo de viver, sem sabermos como reagir, como nos defendermos, como lutarmos. À primeira vista, parece não ter sobrado muito para nós, a não ser repetirmos as asneiras, bobagens, imbecilidades transmitidas pela nossa querida e amada mídia de alto padrão educativo. Nossas vidas não podem ser assim, tão pobres de respeito, auto estima, dignidade, honra, vazias de alegria, paz e carinho! As nossas maiores armas de artilharia bélica a nosso dispor são as nossas mentes incríveis e cheias de artimanhas (para destruir o inimigo em comum), nossos corações generosos, cheios de fé, bondade e esperança. Não podemos deixar de usá-las, de forma implacável, incansável, agressiva e sem moderação. Podemos ter de recuar alguns postos às vezes, levantar outras tantas, mas desistir, jamais. Pois o poder de fogo das palavras jamais terminará, enquanto houver mentes que as disparem.