Seria muito bom se todas as recordações fossem doces, como na música. Eu e vocês sabemos que nem sempre a vida toma o rumo que a gente planeja e nem todas as coisas que nos acontecem são agradáveis. Precisamos aprender que nem todos os nossos planos, estabelecidos com tanta precisão, darão certo, simplesmente porque não conseguimos ter o controle de tudo em nossa vida. Aliás, poucas coisas realmente temos o controle!
Fazer essa constatação, pode parecer um processo bastante doloroso e de difícil aceitação. Em um primeiro momento ocorre a negação dos acontecimentos, depois a revolta pelo acontecido, na sequência a dor por verificar que não há o que se fazer. Então, a tristeza pode se estabelecer por um longo período.
A tristeza às vezes é acompanhada da inércia, que alguns entendem como preguiça, desânimo, desmotivação. Só depois vem a vontade de fazer novos projetos e o começar de novos planos, de tentar conduzir a vida, voltar a viver, buscar desafios e não apenas ir sobrevivendo, cumprindo as obrigações básicas da vida.
Acredito que vocês, assim como eu, já se sentiram tristes, indefesos ou inadequados em algum momento da vida. Para a maioria de nós, esses sentimentos são respostas completamente normais aos eventos estressantes ou desagradáveis que experimentamos.
No entanto, quando o nosso humor está extremamente triste ou negativo na maioria dos dias, e fica cada vez pior ou mais intenso com o passar do tempo, isso deixa de ser normal e pode estar ocorrendo um transtorno de humor. E assim, como a maioria dos transtornos de humor, a depressão não tem uma causa única. Na verdade, ela é o resultado de múltiplos fatores que interagem para criar desequilíbrios químicos em nosso cérebro.
Em nossa cultura, é comum acreditar, erradamente, que a depressão é um sinal de fraqueza ou de má atitude. Muitas pessoas, não acham que a depressão é um problema real. Como resultado, aquelas que a vivem podem se sentir como se houvesse algo errado com elas.
Para ajudar a mudar as suposições negativas sobre a depressão, é importante começar a pensar e falar sobre ela, da mesma maneira que falamos sobre outros problemas de saúde.
