É muito triste saber que, enquanto fazemos nossas refeições diariamente, muitas e muitas pessoas passam fome, no mesmo planeta no qual também vivemos. Segundo relatório anual desde 2015, da Organização das Nações Unidas (ONU), são cerca de 821,6 milhões de pessoas que passam fome no mundo (condição de subnutrição severa). A maior parte dessas pessoas está na África, Ásia, América Latina e no Caribe. Como é então que, estamos assustados demasiadamente apenas com a pandemia atual (covid-19) se a cada dia, morrem mais de 20 mil pessoas somente de fome no nosso globo? E olha que a fome não existe só agora, ela já está aí, há muito tempo, lado a lado de nós, e nem por isso os meios de comunicação dão tanta ênfase, tal igual quanto ao vírus causador dessa doença infecciosa.
Quando extrapolamos isso e consideramos a condição moderada de insegurança alimentar, esse número sobe para 2 bilhões de almas que sofrem com a falta de alimentos, cerca de 26,4% da população mundial ou mais de uma pessoa a cada quatro habitantes. Por outro lado, segundo o site de Estatísticas do Mundo em Tempo Real Worldometer, há 1,69 bilhão de pessoas com sobrepeso e outros 759 milhões de obesas. Da mesma forma que o acesso à alimentação, a posse da riqueza material existente também é assim: cerca de 1% dos seres humanos mais abastados, detém a riqueza mundial equivalente dos outros 99%. A Oxfam, organização não-governamental britânica, baseada em dados do Banco Credit Suisse de 2015, relata que 62 pessoas mais ricas do mundo possuem a mesma riqueza que metade da população global. O que sobra para 99% das pessoas, também está disponível de forma desigual, tanto em forma de dinheiro, quanto de recursos naturais. Há quase 1 bilhão de pessoas sem acesso à água potável.
Está mais que provado que, nossa Terra só pode sustentar nós, os seres humanos, mas não nossa ganância, seja ela como for. O que precisa ficar claro, é que tiramos, nos aproveitamos e nos beneficiamos muito da Terra, através dos recursos que ela oferece e seus serviços ambientais, e por outro lado, devolvemos o quê para ela? Apenas poluentes químicos, organismos modificados geneticamente, obstáculos e impedimentos para a perfeita sinfonia e harmonia da natureza? É preciso que façamos bem mais do que isso: cuidar, conservar e zelar a vida sob todas as formas existentes. Devemos reduzir, reciclar, reaproveitar, a produção do lixo nosso de cada dia; vigiar nosso consumismo demasiado e supérfluo; a nossa forma de vida cada vez mais artificial, virtual e longe da realidade, o que vem nos tornando mais frios, e menos sensíveis com a vida do próximo, seja do nosso semelhante, seja de nossos amiguinhos menores, as plantas, os animais, e da matéria que nos dá vida, o sol, a água, o ar, o solo e os seus minerais.
É necessário planejamento e organização em tudo na vida. Isso inclui até o planejamento familiar, o qual deveria ser inclusive, ensinado nas escolas, como qualquer outro assunto essencial para todos nós seres humanos, dentre os quais alimentação, saúde, relação homem com o ambiente, direitos e deveres entre outros. Se precisarmos chegar num ponto crucial da história, de fazermos controle da natalidade para equilibrar o crescimento populacional da humanidade, e com isso, problemas advindos das grandes metrópoles, que isso seja feito através da educação, esclarecimento e conscientização, e não por meios escusos e obscuros! Caso o acesso à alimentação em quantidade e qualidade à todos for algo difícil de alcançarmos, não há como pensarmos em prosperidade econômica e muito menos em evolução espiritual planetária. E o que dizer do acesso mínimo à terra para quem ainda é agricultor de verdade, que não massacra a terra que utiliza! A mentira e a enganação estão por todos os lados. Não precisamos fazer revolução para repartição de riquezas, mas sim que, pelo menos, não nos impeçam de acessá-las por meio de exclusão social, onde ocorre o favorecimento de uns em detrimento de outros.
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