Retornar às origens é algo essencial

Retornar às origens é algo essencial

O microbiologista japonês Masanobu Fukuoka (1913-2008), um dos idealizadores do modelo de produção agrícola natural, atestava que afastada da natureza a existência humana fica vazia de conteúdo. Nada mais certo, num período onde presenciamos relações humanas cada vez mais virtuais e efêmeras! Um livro muito antigo (O brilho da mocidade), de autoria do bispo e professor Tihamer Toth, poderia ser lido e discutido ainda hoje pelos jovens da atualidade, para que todos repensassem as suas ações entre si também. Somos almas dotadas de corpos físicos e não o contrário, portanto, tudo o que fazemos ao corpo fazemos à alma também. Se o amor é meramente superficial sem compromisso, cuidados ou sem propósito algum nas pessoas entre si ou da mesma forma na relação humana com a natureza, estamos primeiro nos auto-sabotando como criaturas espirituais e energéticas, e a meu ver, não evoluindo como seres inteligentes que achamos que somos. A palavra ou termo “respeito” foi inventado porque faltou amor verdadeiro universal fraternal (pois onde há amor, automaticamente existe respeito).

            Quantas vezes em um ano alguém olha as estrelas do céu para apenas contemplar a beleza desse cenário maravilhoso!? E quantas vezes em um ano ficamos ouvindo o canto dos pássaros que possam estar ao nosso redor (mesmo numa cidade) ou apenas olhando as plantas e admirando nelas o formato de suas folhas, raízes e flores? Ou quantas vezes admiramos um rio ou um inseto qualquer? Essa falta de contemplação e vislumbramento com as belezas naturais nos dá uma sensação de sermos os donos do ambiente que nos cerca. Sendo que em vez disso, somos apenas parte dele! Somos apenas um dos seres vivos que habitam este planeta e não o único.

Ao olharmos as estrelas vemos que somos muito pequenos perante o universo para nos imaginarmos “donos” de tudo e de todos. Se somos apenas uma espécie dentre cerca de 8 milhões de espécies vegetais e animais estimadas, seria no mínimo lógico e inteligente de nossa parte, pelo menos tentarmos viver em harmonia com o maior número possível delas, em vez de extinguí-las ou extirpá-las. Conhecer e/ou saber da mesma forma que isso, da onde cada alimento advém, como o mesmo foi produzido, valorizando o agricultor e remunerando-o suficientemente bem, para que ele consiga permanecer na sua atividade seria o mínimo que cada um de nós deveria tentar fazer. Muitas pessoas quando saem do interior para morar em cidades acabam perdendo a sua conexão com as atividades que lhe deram a vida por assim dizer. Desprezar ou ficar longe das atividades rurais não exclui o fato de termos nos originado delas. As grandes cidades inclusive, só existem devido ao suporte das áreas rurais.

            É muito triste constatarmos que apenas cerca de 25% da população no Brasil ainda reside em áreas consideradas rurais. Sendo que em muitos lugares, quase metade dessa população rural já é idosa. Se somente isso não fosse preocupante e alarmante, há o fato de apesar da agricultura familiar ser a grande responsável pela produção de cerca de 70% dos alimentos consumidos no país, ela apenas ocupa 21% da área de terras agricultáveis. Mesmo tendo tão pouca área, o número de estabelecimentos agrícolas familiares é de 4,8 milhões de um total de 5,6 milhões. Apesar dessa resistência ao longo do tempo de todos os agricultores brasileiros, o fato que deveria preocupar a todos inclusive e principalmente os políticos, é que muitas propriedades rurais já não possuem mais sucessores para dar continuidade às atividades existentes.

Dessa forma, qual será o nosso futuro? Quem fará o papel do agricultor nessa nossa sociedade artificializada e sintética (usando derivados do petróleo)? Será que consumiremos somente comida de laboratório daqui para frente?

Leia nossa indicação e post “É possível chegar a perfeição do ser humano?”

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