Lembro sempre de uma história contada pelo escritor Érico Veríssimo (1905-1975) na sua obra Solo de clarineta, sobre Pinheiro Machado (1851-1915), um gaúcho muito influente na primeira república no Brasil, especialmente nos governos de Nilo Peçanha e Hermes da Fonseca. A história relata que, certa vez, o senador Pinheiro Machado respondeu ao chofer, que perguntara se devia levar o automóvel mais devagar ou mais depressa no meio de uma multidão que esperava a sua passagem para vaiá-lo, para protestar contra ele.
Nesse dia, segundo Érico Veríssimo, Pinheiro Machado disse ao motorista: “Não vá nem tão depressa, no meio dessa multidão que possam pensar que eu estou com medo, nem tão devagar que possa parecer provocação”.
Eu não sei como o Érico Veríssimo registrou essa percepção, provavelmente teria de ser a partir do motorista, mas ainda assim, é de uma inteligência especial.
É uma reação extremamente bem-humorada e inteligente a uma circunstância que não era agradável de ser vivida.
Mas a reação inteligente a algum tipo de infortúnio sempre agrada.
Texto escrito pelo…
Mario Sergio Cortella
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Mario Sergio Cortella é um filósofo, escritor, educador, palestrante e professor universitário brasileiro mais conhecido por divulgar questões sociais ligadas à filosofia na sociedade contemporânea.
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