“A razão no homem é como Deus no mundo”
Tomás de Aquino nasceu em Nápoles, sul da Itália. Proclamado pela Igreja Católica como Doutor Angélico e Doutor por Excelência, é considerado um dos maiores filósofos da escolástica e reverenciado nos meios católicos por filósofos e professores de filosofia.
A filosofia de Tomás de Aquino – o tomismo – teve o objetivo claro de não contrariar a fé, empenhando-se em organizar um conjunto de argumentos para demonstrar e defender as revelações do cristianismo. Tomás de Aquino reviveu em grande parte o pensamento aristotélico em busca de argumentos que explicassem os principais aspectos da fé cristã. Assim, fez da filosofia de Aristóteles um instrumento a serviço da solução dos problemas teológicos que enfrentava, ao mesmo tempo em que transformou essa filosofia em uma síntese original.
Tomás de Aquino enfatizou a importância da realidade sensorial, ressaltando uma série de princípios considerados básicos, dentre os quais se destacam:
Princípio da não contradição – o ser é ou não é. Não existe nada que possa ser e não ser ao mesmo tempo e sob o mesmo ponto de vista;
Princípio da causa eficiente – todos os seres que captamos pelos sentidos são seres contingentes, isto é, não possuem em si próprios a causa eficiente de suas existências. Portanto, para existir, o ser contingente depende de outro ser que representa sua causa eficiente, chamado de ser necessário (difícil de entender, calma ele irá piorar ainda mais o seu pensamento).
Princípio da finalidade – todo ser contingente existe em função de uma finalidade, de uma “razão de ser”. Enfim, todo ser contingente possui uma causa final
Uma novidade trazida por Tomás de Aquino ao analisar a Suma Teológica (livro mais importante do filósofo), é a distinção entre o ser (ou a existência) e a essência, o que implicou a divisão da metafísica em duas partes: a do ser em geral e a do ser pleno, que é Deus.
De acordo com o filósofo, em todas as criaturas o ser (ou existir) é diferente de sua essência. Para um ser humano, por exemplo existir é continuar sendo sua essência (um ser humano); quando ele deixa de existir, sua essência desaparece. O único ser realmente pleno, no qual o ser (ou existir) e a essência se identificam, é Deus. Deus é ato puro. Não há o que realizar ou atualizar em Deus, pois ele é completo. Por isso Tomás de Aquino dizia que Deus é Ser, e o mundo tem Ser . Ou seja, Deus é o Ser que existe como fundamento da realidade das outras essências, as quais, uma vez existentes, participam do seu Ser. Já nas outras criaturas, o ser é diferente da essência, pois são seres não necessários. É Deus que permite às essências realizarem-se em entes, em seres existentes.
Deus
Outro aspecto importante de sua filosofia são suas provas da existência de Deus. em seu livro Suma Teológica, Tomás de Aquino propõe cinco vias como provas, fundamentadas na existência do mundo e na de Deus. A ideia básica é a de que, se existe o efeito (o mundo), existe a causa (um ser transcendente, Deus). Vejamos algumas provas:
O primeiro motor – tudo aquilo que se move é movido por outro ser. Esse outro ser, por sua vez, para se mover necessita também ser movido por outro ser, e assim sucessivamente. Se não houvesse um primeiro ser movente, cairíamos em um processo indefinido. Logo, conclui Tomás de Aquino, é necessário chegar a um primeiro ser movente que não seja movido por nenhum outro. Esse ser é Deus.
A causa eficiente – todas as coisas existentes no mundo não possuem em si a causa eficiente de suas existências. Devem ser consideradas efeitos de alguma causa. Tomás de Aquino afirma ser impossível remontar indefinidamente à procura das causas eficientes. Logo, é necessário admitir a existência de uma primeira causa eficiente, responsável pela sucessão de efeitos. Essa causa primeira é Deus.
A finalidade do ser – todas as coisas brutas, que não possuem inteligência própria, existem na natureza cumprindo uma função, um objetivo, uma finalidade, tal como a flecha orientada pelo arqueiro. Devemos admitir, então, que existe algum ser inteligente que dirige todas as coisas da natureza para que cumpram seus objetivo. Esse ser é Deus.
Assim como Tomás de Aquino buscou provar a existência de Deus (o Deus cristão), vários outros pensadores também tentaram demonstrar em suas metafísicas a necessidade racional de haver uma realidade criadora ou fundadora de tudo o que existe.
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