Psicologia: O que é Ego?

Psicologia: O que é Ego?

Você sabe o que é ego? Qual a forma de definição ou conceito de ego para a Teoria da Psicanálise? O conceito de ego é uma construção de Freud em sua Segunda Tópica. Ou seja, na segunda estruturação teórica proposta pelo autor, na fase mais madura de sua obra.

Já conhecemos os primeiros movimentos de Sigmund Freud, como terapeuta que se interessava pela mente humana. Ademais, sabemos que Freud fundou o saber psicanalítico, sendo o pai da psicanálise. O contexto biográfico trouxe-nos, em dois movimentos, as suas interpretações sobre o que denominou-se estrutura psíquica, no qual iremos conhecer hoje. Ficou curioso? Então continue a leitura e descubra!

Os Três Elementos da Personalidade Humana
De acordo com os estudos da teoria psicanalítica da Segunda Tópica de Freud, ou seja, sua construção teórica final, a personalidade é composta por três elementos. Estes três elementos da personalidade são conhecidos como:

Id
Ego e
Superego

Tais elementos trabalham juntos para criar comportamentos humanos complexos. Compreendendo um conceito, compreendendo os outros dois. Vamos, então, desenvolver a diferença entre id, ego e superego.

O ID

O ID é impulsionado pelo princípio do prazer, que trabalha, digamos assim, para a gratificação imediata de todos os desejos. Também trabalha em virtude das vontades e necessidades de ordem primária, ou seja, para o atendimento das necessidades fisiológicas.

Se essas necessidades não são satisfeitas imediatamente, o resultado é um estado de ansiedade ou tensão. Por exemplo, um aumento da fome ou sede deve produzir uma tentativa imediata de comer ou beber. Do mesmo modo que uma situação que relembra um estresse anterior pode causar uma grande ansiedade.

O ID é uma estrutura que se manifesta e é muito importante no início da vida, porque assegura que as necessidades de uma criança sejam atendidas. Por exemplo, se uma criança sente fome ou está de alguma maneira desconfortável, ela vai chorar, como reação primária, até que as exigências do ID sejam atendidas.

O EGO

O EGO (outra denominação estrutural psíquica), tem como base o princípio da realidade. Essa realidade é adquirida através do meio sócio-cultural, onde o ego, ao assimilar esse meio, começa a se esforçar para satisfazer os desejos do ID de forma realista e socialmente adequadas.

Ego, o que pode-se chamar como o princípio de realidade, pondera sobre os custos e benefícios de uma ação, antes de decidir agir sobre desistir ou ceder aos impulsos. Os impulsos do ID podem ser satisfeitos através de um processo de gratificação atrasada.

Conforme o apelo do ID, o ego acabará por permitir o comportamento, apenas no momento e lugar apropriados. Assim, evitará que situações constrangedoras ou inadequadas ocorram. Ou seja, mesmo que haja uma vontade absurda de agir por impulso, o ego vem e maneja essa vontade, adequando a ação para o meio social inserido.

Conforme os estudos, o ego também descarrega a tensão criada por impulsos não satisfeitos através do processo secundário, no qual o ego tenta encontrar um objeto no mundo real que corresponda a imagem mental criada pelo processo principal do ID.

O SUPEREGO

A terceira e última estrutura é o superego que, conceitualmente, é o aspecto da personalidade que mantém todos os nossos padrões morais. Padrões esses que também são constituídos e mediados pela realidade do meio de convivência do indivíduo, ou seja, dentro de um campo histórico-cultural.

Essas regras de conduta moral -valores e juízos- são internalizadas. E, com o amadurecimento do sujeito, tornam-se norteadoras da conduta e/ou do comportamento. Em outras palavras, é a nossa bússola, o senso metanarrativo que passa a nos dizer o que está certo e o que está errado.

Neste contexto, o superego fornece-nos diretrizes para fazer julgamentos. Além disso, de acordo com Freud, o superego começa a ser internalizado por volta dos cinco anos.

O Ego e a origem das neuroses

Muita gente imagina que a ausência de ego é um comportamento benéfico, sociável. Mas, na verdade, se o ego não existisse, a pessoa perderia sua identidade. Ela não conseguiria diferenciar o eu e o outro, ou então o eu e as coisas. No extremo, essa indistinção levaria a um padrão esquizofrênico.

Em termos comportamentais e de relacionamento interpessoal, podemos dizer que:

Um ego inflado demais torna a pessoa narcisista, com um falso sentimento de superioridade e uma incapacidade de aprender e ouvir autocrítica. O ego inflado pode mascarar dores, traumas e frustrações. Então, isso pode denunciar uma condição de sofrimento, que o ego quer esconder.
Um ego frágil demais torna a pessoa submissa, suscetível a bullying e exploração. É um comportamento de alguém que se anula por falta de autoestima, como medo de não ser mais aceita por uma pessoa ou por um grupo.

Qual a influência do Ego? É possível controlar o Ego?

Para Freud, o ego atua como um centro de consciência. O ego tem importantes papéis, como:

É o responsável pelo nosso lado mais racional, lógico, científico.
É o responsável pela nossa interpretação e ação no mundo exterior.
É o responsável pela nossa mente atenta, nosso foco, nossa concentração, por tudo o que você sabe sobre o que está fazendo agora.
É o responsável por uma aspecto da identidade, quando você responde publicamente à pergunta “quem sou?”.
Busca uma satisfação comedida, negociando com o id e o superego, isto é, cedendo um pouco ao lado do puro desejo (id) e um pouco ao lado das obrigações morais e práticas da vida (superego).
O ego influencia nossa personalidade. Aliás, o ego é nossa própria personalidade, pelo menos a faceta pública dela, aquele lado que mostramos aos outros.

É possível controlar um ego exacerbado demais (narcisismo), ou mesmo evitar um ego fragilizado (baixa autoestima e depressão). Porém, paralelamente, é preciso tirar do ego o peso do superego rígido demais, buscar entender os desejos reprimidos, em alguma medida satisfazê-los.

Qual a tarefa mais importante de uma existência?
Para Freud, a tarefa mais importante da existência humana é compreender a própria mente. Afinal, tudo o que se passa no mundo passa também em nossa mente. E muitas coisas que imaginamos também.

O Ego procura uma zona de conforto e não quer enfrentar as dores que estão submersas no Id. Mesmo o ego tendo sintomas (como a ansiedade ou a depressão), prefere manter esses sintomas do que correr o risco de dores maiores.

Mas, ao usar seus mecanismos de defesa do ego e evitar o acesso ao inconsciente, o Ego também traz prejuízos. Afinal, as causas dos sintomas deixam de ser conhecidas e tratadas. E os prazeres e desejos que o Id guarda são também rechaçados.

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O esforço do SUPEREGO para compactuar com o Ego

Alguns autores sustentam que o superego atua na intenção de aperfeiçoar e civilizar o nosso comportamento. Ele trabalha especialmente para suprimir os impulsos inaceitáveis oriundos da nossa “estrutura primária”, o ID.

Dessa forma, o superego se esforça para compactuar com o ego nas normas idealistas, naquilo que seria o ideal a se realizar ao invés dos princípios mais realistas.

O superego, poderoso ao ser internalizado, está presente no consciente, pré-consciente e inconsciente.

As três unidades que se entrelaçam, embora tenham fronteiras relativamente bem delimitadas

Para os especialistas, ao discutirmos sobre o ID, ego, e superego, devemos ter em mente que eles não são três entidades separadas com fronteiras bem definidas. Mas sim que representam uma variedade de diferentes processos e funções dinâmicas dentro do sujeito.

Assim, com essas projeções que se entrelaçam, com o ego colocado no meio, e se todas as exigências forem atendidas, o sistema, hipoteticamente, manteria o seu equilíbrio de poder psíquico e o resultado seria uma personalidade ajustada.

A título de conclusão, o que é o Ego: significado

Se houver desequilíbrio dessas estruturas, o resultado seria então uma personalidade mal-adaptada. Por exemplo, com um ID dominante, o resultado poderia ser um indivíduo impulsivo, com sérias dificuldades de socializações.

Com um superego hiperativo, o resultado pode ser um indivíduo radicalmente moralista, alienado a conceitos ortodoxos. Um ego potencializado, poderia criar um indivíduo apegado demais à realidade, rígido e incapaz de flexibilizações com regras ou estruturas.

Normalmente, esse ego extremado é incapaz de ser espontâneo. Por exemplo, expressar impulsos do ID, ou mesmo com a falta de um sentimento pessoal do que é certo e errado.

Portanto, é importante que essas três instâncias estejam em equilíbrio, para que as pulsões não se tornem patológicas. Ou, além disso, para nós não fazermos mal ao próximo.

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Este artigo sobre o que é o ego e o significado de ego em psicologia e na psicanálise foi escrito pela Equipe de Redação do Curso Psicanálise Clínica, em colaboração com a aluna Josiane Adorno.

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