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Psicanálise – Ciência, arte e ética

No âmbito da psicanálise contemporânea, existem algumas correntes que negam a psicanálise como ciência sob a frágil argumentação de que ela não produz resultados oriundos de métodos científicos com objetivos específicos, ora a psicanálise é tão subjetiva quanto a própria ciência que se alicerça sobre verdades provisórias e portanto mutáveis.


A psicanálise em suas metodologias sugere observações e hipóteses que pressupõe possibilidades de onde se origina o desencadear de pesquisas e experimentos gerando um histórico que formata uma estrutura de organização das informações adquiridas visando um objetivo específico.
A psicanálise em sua subjetividade possui uma linguagem universal, o que é imprescindível para ser credenciada como ciência, além de se utilizar dos pressupostos da hermenêutica tendo metodologia investigativa e interpretativa. Freud afirmou ser a psicanálise uma ciência natural, porém ao imergir na essência do contexto analítico percebe-se um conceito mais abrangente da psicanálise como ciência da natureza e da alma, entendendo-se como alma a dinâmica da matéria animada pelo espírito. Vale ressaltar que essa afirmação está plenamente dissociada de posicionamento religioso, pois trata-se de evidência científica.


A psicanálise não foge em nada quanto na essência de sua prática que é regida pelas mesmas leis dos métodos científicos como em outras ciências que buscam um objetivo baseado em fatos empíricos, o que já se auto justifica como ciência nos pressupostos da razão em sua subjetividade.
Se observarmos a historicidade de algumas vertentes de estudos na ocasião de seus surgimentos, podemos observar que a aceitação científica resiste a todas, ao descortinar o véu que ofuscava o que estava oculto. Essa resistência é um processo natural durante o nascimento de novos conhecimentos. Assim foi com a psicologia que ainda hoje existem correntes que não a aceitam como ciência, também a sociologia, história, geografia e tantas outras searas do saber que em suas gêneses enfrentaram fortes resistências e forças contrárias quanto ao reconhecimento da comunidade científica que ainda não se fez por entender a psicanálise em sua proposta de estudo e evolução humana, porém muitas conquistas foram necessárias para que assim os atuantes da ciência passem a vislumbrar uma visão mais atualizada e aberta com menos resistente ao novo, assim como ainda o que há por vir.


Apesar das irrefutáveis evidências da psicanálise como ciência da natureza e da alma a abrangência de seu entendimento não se limita apenas ao aspecto científico, mas também por ser uma arte por pressupor habilidades em tratar com o que não se ver interagindo com o que se sente. É uma arte porque está exposta a todo instante ao tratamento pelo amor e doação espontânea.


Como ciência da natureza e da alma, sendo ainda arte, a psicanálise também é uma ética por entendimento que estrutura a escuta desprovida de julgamentos ou interferências de opiniões pessoais, cada analisando é um universo, cada caso uma realidade diferente, cada sessão uma oportunidade única, cada análise um aprendizado nos sentidos indo e vindo, uma construção fortalecida pelos pilares dos valores expostos que propiciam o encontro do analisando com suas razões, é isso que outras ciências chamam de cura.


“Onde houver demanda pela vida humana, a psicanálise fará ecoar sua voz de auxílio”.


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