Estamos vivenciando dias onde a única certeza que temos é que tudo e todos são definitivamente provisórios. O conteúdo coletivo vem cedendo cada vez mais espaço para o individual isolando as pessoas em meio as multidões desenvolvendo a síndrome do egocentrismo que traz a reboque a intolerância, vaidade e consequentemente a violência.
Seria uma classe de sociopatas ou portadores de transtorno distímico (mau humor) ?
Por vezes não incomum, nos deparamos com pessoas falando sozinhas nas ruas o que não significa um gesto de loucura, mas de carência em ser ouvida e opta pelos diálogos com o invisível, porém existente.
Será uma casta de histéricos ?
É comum e frequente pessoas que se assustam apenas porque alguém inesperadamente lhe ofertou um bom dia ou lhe direcionou algum gesto ainda que por gentileza. Pessoas que sofrem por antecipação depositando expectativas excessivas em motivos de fácil aceitação independentemente de seu resultado.
Será essa uma fatia social esmagada pela ansiedade e pânico ?
Em dias atuais convivendo com a covid-19 a humanidade teve que rapidamente se adaptar a uma séria de procedimentos originados pela prevenção ao corona vírus, isso aterrorizou muitas pessoas que motivadas pelo bombardeio de informações passaram a tomar medidas acima do normal, alterando a curva comportamental gravitando sempre na esfera dos excessos da higiene, relacionamento pessoal, contato com objetos e tudo que lhe cerca. Evidente que todas as precauções são necessárias, porém estamos tratando dos excessos que acarretam prejuízos.
Será que essa é uma classe de portadores do TOC (Transtorno obsessivo compulsivo) ou fobia (medo irracional) ?
A bem da verdade seria fatídico relacionar demais psicopatologias que a humanidade acumula na psique individual e coletiva, o fato inquestionável é que fazemos parte de uma sociedade doente, muito doente, como muita informação e pouca formação, com muitos procedimentos e pouca lógica, com muita exigência e poucas condições o que gera desigualdade e por consequência violência, egoísmo e alienação o que desencadeia diversos danos a psique humana provocando um auto extermínio coletivo.
Antes da pandemia 1 suicídio ocorria a cada 40 segundos no mundo, em dias atuais esse número aumentou em 30%, são pessoas aprisionadas a essa asfixia por falta de entendimento do contexto vida, por falta de compreensão do nosso papel em edificar obras de utilidade benéficas ao planeta e ao outro a quem chamamos de próximo.
Um psicanalista não pode aconselhar, apenas orientar uma coisa; Humanidade continue o tratamento, não desista, existe um histórico que foi construído e precisa ser resinificado através de uma desconstrução para uma reconstrução de um mundo melhor.
Onde houver demanda pela vida humana, a psicanálise fará ecoar sua voz de auxílio.
Leia nossa indicação e post “É possível chegar a perfeição do ser humano?”
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