Pesquisa revela que trabalhar mais de 39 horas por semana faz tão mal quanto fumar

Pesquisa revela que trabalhar mais de 39 horas por semana faz tão mal quanto fumar

Pesquisa divulgada pelo The Guardian afirma que longas horas no escritório e inatividade física são tão danosas à saúde quanto fumar.

O regime de trabalho regular do brasileiro com carteira assinada é de 44 horas semanais. Como nem todos os trabalhadores estão em empregos com essa jornada de trabalho semanal, a média no país foi de 39,3 horas trabalhadas por semana em 2017, segundo dados do IBGE.

A realidade é que a jornada de trabalho de 9h às 5h parece uma realidade distante para muitos trabalhadores brasileiros – especialmente nas regiões metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro, onde a média chega a 41 horas semanais. Mesmo com jornadas mais flexíveis e dinâmicas de home office, em muitas companhias longas horas de trabalho passaram a ser a regra, e não a exceção. E a tecnologia, que em teoria teria o poder de nos libertar da sobrecarga, pode ter piorado a situação pior: em 2002, menos de 10% dos trabalhadores checavam seu e-mail fora do horário de trabalho – número que hoje chega a 50%.

Exatamente por essa supervalorização das longas horas de trabalho que uma pesquisa realizada pelo Medical Center da Universidade de Columbia tem um sabor tão amargo. Os dados – extraídos do monitoramento de mais de 8 mil profissionais – apontam que aqueles sedentários por mais de 13 horas por dia tinham o dobro de chance de morrer prematuramente do que aqueles inativos por 11 horas e meia (a média de jornada entre os entrevistados era de 12 horas). A conclusão dos autores é que a mortalidade por ficar longas horas no escritório é similar à de fumar.

Esta não é a primeira pesquisa a apontar esta conclusão. Em julho do ano passado, pesquisadores da University College London acompanharam 85 mil trabalhadores, em especial homens e mulheres de meia idade, e encontraram uma correlação entre carga pesada de trabalho e problemas cardiovasculares. A pesquisa apontava que trabalhar mais de 55 horas por semana aumentava em 40% a chance de desenvolver arritmia cardíaca. Além disso, os trabalhadores que ficavam mais horas no escritório tinham mais sobrepeso, pressão mais alta e consumiam mais álcool que os outros.

Outra pesquisa da Australian National University aponta que qualquer carga de trabalho acima de 39 horas por semana é um risco ao bem estar.

Jornada de trabalho semanal e produtividade

Muito trabalho a ser entregue e, por vezes, metas ambiciosas parecem justificar noites viradas, xícaras de café e fins de semana trabalhando. Porém, outra pesquisa aponta que a produtividade média dos trabalhadores atualmente no mercado é de quatro horas. Segundo o autor da pesquisa, Alex Soojung-Kim Pang, a jornada de trabalho semanal poderia ser drasticamente reduzida sem que, necessariamente, a produção ou prosperidade econômica da região ou país seja prejudicada.

Este argumento foi verificado em pelo menos um caso real – na Suécia. O governo aprovou um experimento no qual enfermeiros passaram a trabalhar seis horas por dia, ainda recebendo o salário de 8 horas. Como resultado, caíram os índices de estresse, ausências por doenças e um aumento de produtividade.

 

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