Essa palavra veio na mente quando estava na minha audição diária dos Podcasts sobre autoconhecimento. E fiquei pensando em quanto tempo estava estagnada não me permitindo experienciar.
O ato de experienciar pode ser tão prazeroso e ao mesmo tempo complexo quando nos permitimos entender que nem toda experiência pode ser positiva, mas que sim, toda experiência é benéfica de alguma maneira.
É só parar para lembrar e analisar o dia anterior e enxergar cada vivência seja ela em menor ou maior proporção de tempo e de significância.
Vivemos em correria. É trabalho, estudo, família, casa e não nos permitimos experimentar o novo, que por muitas vezes, encontra-se dentro da nossa própria rotina.
Sabe quando você lembra de algo que marcou? Pode ser na semana passada, no mês passado ou há anos, mas de que alguma forma ficou dentro da nossa mente atrelada a uma mistura de emoções, dentre elas do arrependimento de não ter se permitido naquele instante em que a situação estava ocorrendo experimentar mais, de ser mais intenso, de se deixar sentir, vivenciar. Essa sensação fica perdida em lembranças porque o horário, os compromissos, as obrigações têm um espaço maior nas nossas vidas.
Quantas vezes você já se permitiu levantar uma hora mais cedo e apenas se deitar no sofá da sala ouvindo uma música calma de fundo e não pensando em nada, apenas experimentando sua própria companhia?
Quantas vezes te deu vontade de não fazer a refeição de sempre na hora do almoço e simplesmente sair da dieta naquele dia e comer um pedaço de torta de chocolate com duas bolas enormes de sorvete de creme e cobertura de chocolate?
Quantas vezes deu vontade de colocar aquela roupa que está dobrada há muito tempo no seu guarda-roupas e que você deixa para uma ocasião especial? E por que o dia de hoje não pode ser uma ocasião especial para você?
Quantas vezes deu vontade de levantar-se do sofá e dançar do seu modo quando toca a música que você adora?
Quantas vezes você se levou para almoçar ou jantar fora sem se preocupar se tinha outra companhia?
Quantas vezes você andou um pouco mais devagar quando estava indo trabalhar e sentiu o vento, o calor ou a chuva mesmo que pouco na sua pele e agradeceu por estar ali?
Quantas vezes você se permitiu conhecer alguém sem seguir os padrões impostos pela sociedade ou pela internet sobre relacionamentos?
Quantas vezes você se levou ao cinema e chorou ou gargalhou muito com a história?
Quantas vezes você se permitiu falar um pouco mais alto em uma brincadeira e se soltou em uma roda de amigos?
Quantas vezes você experimentou uma determinada comida que sempre rejeitou e acabou gostando?
Quantas vezes você experenciou o olhar no espelho enxergando seus traços, as marcas do seu corpo e se sentiu a pessoa mais linda do mundo?
Quantas vezes você experimentou olhar nos olhos do outro e transmitir tudo o que estava sentindo sem precisar dizer uma só palavra?
Quantas vezes você experimentou colocar uma mochila nas costas com frutas e biscoito e apenas viajar sozinho para aquele lugar que queria tanto, mas sempre esperou companhia?
Experenciar é viver o novo, é se permitir usufruir das coisas mais simples que sempre estão ali ao nosso alcance, mas que não percebemos.
O segredo é permitir-se experenciar o que antes passava despercebido ou era visto com desdém por nós.
Muito se fala de viver o hoje, é clichê eu sei, mas é verdade. Na maioria das vezes falamos isso, mas não agimos como deveríamos. Usamos frases criadas que tem sentido amplo, porém, se tornaram tão banais que só são pronunciadas para mostrar uma imagem, com a mensagem sendo totalmente negligenciadas. O sentido fica esquecido ou adormecido.
Então não vamos perder tempo. Vamos nos permitir experienciar seja uma comida, conhecer um lugar, fazer algo novo para quebrar a rotina, colocar uma roupa diferente, dançar, cantar, sentir a natureza, gargalhar, … enfim, apenas experienciar os detalhes, a simplicidade.
