Perder para conseguir ganhar

Perder para conseguir ganhar

Nessa crônica, Vida Erin Zurich reflete sobre a necessidade de largar para poder ganhar e como podemos avaliar nossas necessidades.

Por Vida Erin Zurich: Quando tenho um tempo disponível, gosto muito de assistir a vídeos curtos, desses que as pessoas postam e não tem mais de 3 ou 4 minutos. Atualmente, tem uma rede social específica para esse tipo de conteúdo, e confesso que tem sido meu passatempo.

Dito isto, lembro de um vídeo específico que vi e como sempre, consigo aprender uma grande lição com ele. Um cão estava tentando entrar em sua casa através de sua pequena portinha de passagem feita especificamente para ele.

Em sua boca, um galho enorme que o impedia de acessar a casa e alcançar seu objetivo. Foi a maior lição que tive essa semana, e devo dizer que precisava muito desse ensinamento.


As vezes, estamos tão ligados a algo que não conseguimos entrar em uma fase nova de nossas vidas. Enfrentei um momento muito delicado e não conseguia mais entender a razão pela qual as coisas não estavam indo conforme planejei.
Certamente, deveria ser algo que eu não havia calculado – pensei eu.

No entanto, refiz todos os meus passos, analisei meus projetos e ainda assim, não havia um motivo sequer para as coisas não funcionarem.


Por natureza, sou uma pessoa que ama calcular estatísticas e analisar projeções. Faço isso com minha própria vida, antes mesmo de tomar alguma decisão importante, coloco tudo no papel e calculo prós e contras para somente após isso, dar o próximo passo.


Ocorre que, eu havia esquecido um fator muito importante e que naquela manhã, o lindo e enorme cachorro do vídeo me ensinou: para alcançar alguns objetivos, é preciso largar cercas coisas.


Logo após aquele vídeo, me recordei de uma frase que está em um dos meus livros e que diz o seguinte: quem anda para frente, deixa algo para trás. Ponderei respeito de minha própria capacidade analítica, uma vez que a frase tenha sido minha e a aplicação não foi levada “à risca”.


Reanalisei uma vez mais todos os meus planos e entendi que as coisas só não estavam dando certo porque eu queria acessar um novo caminho em minha vida mas não estava pronta para abrir mão do que estava impedindo minha passagem.


Em suma, o galho que estava em minha boca era uma pessoa e não havia a menor possibilidade de seguir adiante sem libertá-la de mim, e sem que eu me libertasse dela.
Pode ser que o seu galho seja o emprego que você está e que te faz infeliz, lembre-se que você passa a maior parte do dia nele. Será que compensa perder tanto tempo em um lugar que não te traz um sorriso sequer?


Para outras pessoas, o galho na boca pode ser um problema financeiro. Nesse caso, a melhor alternativa é abrir mão de um minuto de prazer para conseguir alcançar determinado objetivo. Uma assinatura de streaming de vídeo ou som pode ser suspensa, aquele restaurante consegue esperar até o dia da comemoração pela conquista do que tanto foi lutado, a balada do final de semana tem condições ser adiada ou aquela viagem pode esperar.


Acima de tudo, é preciso avaliar o quão grande o galho pode ser e quanto ele pode impedir a entrar no novo. Há casos em que é possível cortar um pedaço. No entanto, na maioria dos casos, é necessário soltá-lo e confiar que um novo brinquedo será encontrado pelo caminho.

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