Pequenas coisas importam

Pequenas coisas importam

Ao estudar e meditar sobre a vida de Santa Teresinha do Menino Jesus, lembro-me de importantes lições acerca da vida espiritual e, sobretudo, da santidade. Quando pensamos em santidade, é comum nos lembrarmos dos mártires e apóstolos, bem como de pessoas que enfrentaram governos e impérios ou que fizeram feitos extraordinários e grandiosos em prol de Cristo.

Tais exemplos representam excelentes modelos de virtude, entretanto acabam sendo muito mais admiráveis  do que propriamente passíveis de imitação diária, por assim dizer. Contudo, quando contemplamos a vida de Santa Teresinha, vemos que a santidade pode ser encontrada nas pequenas coisas, nas tarefas diárias de pessoas comuns. Teresinha foi uma jovem que, embora não tenha feito atos extraordinários, viveu a santidade de forma magnífica e heroica. Portanto, é certo dizer que a santidade acontece no cotidiano e na normalidade.

No Carmelo, a vida de Teresinha era simples e se baseava em tarefas ordinárias. Era uma rotina comum. Contudo, a pequena carmelita guardava uma profunda devoção interior, uma chama ardente de caridade. Tinha uma compreensão tão clara do Amor fraterno que recebeu o título de “Doutora da ciência do Amor Divino” por João Paulo II.

Ela compreendia perfeitamente que a finalidade derradeira da existência humana é o Amor. Vivemos para amar. “Amemos, pois nosso coração não foi feito senão para isto”, disse a jovem carmelita. O homem foi feito para união afetiva com o Sumo Bem, o Criador de todas as coisas. “Compreendi que o Amor encerra todas as vocações, que o Amor é tudo, que abarca todos os tempos e todos os lugares… numa palavra, que é Eterno!… Então, num transporte de alegria delirante, exclamei: Ó Jesus, meu Amor! Encontrei finalmente a minha vocação: a minha vocação é o Amor.”, afirmava a pequena carmelita.

Com Teresinha, uma jovem que faleceu com apenas 24 anos, aprendemos lições preciosas. Aprendemos que as pequenas coisas importam, que o amor pode ser encontrado nas tarefas mais banais do cotidiano. Tenhamos, portanto, a coragem de procurar a união com Cristo em todas as atividades de nossa vida, pois Cristo é o Único Necessário e não é preciso executar feitos extraordinários para encontrá-lo. “Não perca sequer uma oportunidade de fazer um pequeno sacrifício. Um sorriso aqui; uma palavra gentil acolá. Sempre fazendo pequenos atos de bondade; e sempre fazendo tudo por amor.” (Santa Teresinha).

Certa vez, acerca da santidade e do encontro com Cristo, disse o Papa Francisco: “Gosto de ver a santidade no povo paciente de Deus: nos pais que criam os seus filhos com tanto amor, nos homens e mulheres que trabalham a fim de trazer o pão para casa, nos doentes, nas consagradas idosas que continuam a sorrir. Nesta constância de continuar a caminhar dia após dia, vejo a santidade da Igreja (…)”. A santidade é possível no cotidiano, basta procurarmos a caridade com Deus e para com o próximo. Afinal, a santidade acontece na normalidade.

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