Cabeça baixa, os olhos fixos no celular e os dedos digitando ou deslizando a tela. Essa é a forma a qual boa parte das pessoas passam o seu dia. Perdemos horas do nosso dia, dias da nossa semana e meses de nossas vidas com muitas distrações inúteis. Não raro, abrimos mão de desfrutar uma bom momento presente para olhar para a tela do celular (enquanto eu escrevo aqui estou fazendo isso).
Os estímulos dos smartphones ativa continuamente o sistema de recompensa do cérebro. Por isso, interagir com o aparelho se tornou uma compulsão. Buscamos a todo momento uma gratificação. Esse comportamento se dá pelo chamado reforço aleatório. Criamos uma expectativa de poder obter mais recompensas a cada checagem que damos no celular. O dedinho fica alí doido para conferir as novidades, mesmo tendo acabado de conferi-las.
Existe uma indústria inteira dedicada a roubar nossa atenção, e a maioria de nós nem percebe que isso está acontecendo. Ficamos num estado constante de distração e por isso não conseguimos estar verdadeiramente presentes onde estamos.
Vale lembrar que o celular não é “ruim”. Ele só se torna um problema quando permitimos que ele tome conta de nós. Faz um favor pra você? Cheque a sua mente mais vezes do que você checa seu Instagram. Cheque suas emoções mais vezes do que você checa o seu whatsapp. Navegue em si mesmo mais do que você navega na internet. Não troque a vida real pela vida virtual. Não troque a presença, o olho no olho pelo olho na tela. Não deixe de interagir com a vida real para interagir com o seu telefone. Quando esse post chegar até você, pare um pouco de rolar o feed do Instagram e saia do celular por alguns instantes. Tem um mundo inteiro ao seu redor, tem muita coisa acontecendo e, com os olhos no celular, você não presta atenção. O mundo está além desse aparelho. Fique on pra vida. A vida é o que acontece enquanto você olha para a tela do celular.