Existem diversos tipos de preconceitos que limitam o seu bem-estar. Eles se tratam de crenças pré-determinadas e inconscientes que todos nós temos sobre as pessoas, o mundo e a realidade que nos rodeia. De certo modo, esses preconceitos são inconscientes e incoerentes, e muitas vezes nos levam a tomar decisões equivocadas e levianas . Reconhecê-los e desativá-los nos permite criar um mundo mais respeitoso, feliz e igualitário á todos indivíduos na nossa sociedade.
Esse tipo de construtos psicológicos é, em muitos casos, a expressão mais pura do nosso pensamento ilógico. Como é retratada nas avaliações mentais em muitos casos são levantadas como preconceitos que limitam nosso potencial humano e até mesmo nossa harmonia social. Eles dificultam o nosso relacionamento com os outros, simplificam nossa visão das coisas e nos fazem agir com medo e ceticismo, em vez de facilitar a abertura e a flexibilidade cognitiva para uma vida normal.
O psicólogo e ganhador do Prêmio Nobel Daniel Kahneman mostrou que todos nós fazemos uso desses recursos cognitivos. O preconceito tem como finalidade nos permitir dar respostas rápidas, filtrando as informações disponíveis de forma subjetiva artificialmente com opiniões pré-formadas sem ao menos pensar no bem-estar do nosso próximo.
Trata-se de uma forma de simplificar a complexidade do nosso ambiente e fazer previsões imediatas em contextos de incerteza baseadas simplesmente no achismo do momento. Devo confiar nessa pessoa? Com quem devo me associar no trabalho? Que tipo de informação devo validar? Como devo reagir nesta circunstância?
Muitas das nossas respostas e ações são mediadas por preconceitos inconscientes, que nem sempre nos levam a destinos melhores ou desejados. Nos aprofundaremos nesse assunto neste artigo para mostramos que não somos donos da verdade, mas cabe a nós antes de julgamos o nosso próximo, olhamos para o espelho da vida. onde certamente encontraremos uma resposta para o preconceito que temos disso e daquilo.
“Não julguem, para que vocês não sejam julgados”
Mateus Cap: 7 Verso 1
Pois da mesma forma que julgarem, vocês serão julgados; e a medida que usarem, também será usada para medir vocês.
Por que você repara no cisco que está no olho do seu irmão e não se dá conta da viga que está em seu próprio olho?
Como você pode dizer ao seu irmão: ‘Deixe-me tirar o cisco do seu olho’, quando há uma viga no seu?
Hipócrita, tire primeiro a viga do seu olho, e então você verá claramente para tirar o cisco do olho do seu irmão.
“Nada nos engana tanto quanto nosso próprio julgamento”.
Frase de Leonardo da Vinci
A necessidade de organizar o mundo sem seu preconceito me levou a escrever este artigo
Racismo, intolerância religiosa, preconceito de idade, homofobia, xenofobia e gordo fobia, Os preconceitos que limitam o bem-estar vão além das dimensões categóricas que todos conhecemos. Eles são arquiteturas mentais inconscientes e estereotipadas que reforçam atitudes negativas em relação a muitas áreas da sua realidade, especialmente para grupos de pessoas em sua volta.
Se nos perguntarmos por que criamos e reforçamos esses preconceitos, existem várias explicações para isso. Como o psicólogo Gordon Allport nos explicou em sua obra The Nature of Prejudice (A natureza do preconceito, em tradução livre), publicado em 1954, preconceitos e estereótipos são o resultado do pensamento humano normal. Visto que nosso mundo é complexo e imprevisível, precisamos organizá-lo em “categorias” mentais.
Daniel Kahneman disse que todos nós fazemos uso dessas heurísticas (atalhos mentais) para tomar decisões no dia-a-dia. Da mesma forma, esses preconceitos também são mediados por motivações morais e emocionais, pela educação que recebemos e influência do ambiente sobre nós.
Os preconceitos não podem limita quem realmente somos
O reconhecimento e a desativação dos preconceitos que limitam o bem-estar partem sempre da capacidade de se dar conta de que eles estão sendo utilizados. Por exemplo, perguntar a si mesmo por que certas crenças sobre algumas pessoas são reforçadas já é um progresso.
Além disso, também é aconselhável fazer uma breve revisão dos preconceitos negativos que muitos de nós internalizamos. Eles são os seguintes:
1. O que não conheço é ruim (preconceito por medo)
Essa é uma das abordagens que fundamentam a maioria dos preconceitos. O diferente é perigoso, o que não conheço é ruim e, portanto, devo me defender. O preconceito por medo não apenas molda o racismo, mas também o comportamento autodefensivo.
Essa característica define as pessoas que sempre preferem o mal conhecido ao bem a conhecer, que respondem com preocupação e até mesmo desprezo a qualquer mudança ou novidade. A Universidade James Cook realizou um estudo muito revelador a esse respeito.
Quando mostramos um comportamento curioso, imaginativo e aberto à experiência, os preconceitos são reduzidos. Eles desaparecem sozinhos. Esse é o segredo, ver o que é diferente não como uma ameaça, mas como uma oportunidade de aprendizado.
O preconceito por medo do diferente é o substrato da intolerância e a raiz que bloqueia qualquer oportunidade de mudança e progresso humano.
2. Se você se parece comigo, gostarei mais de você (preconceito por afinidade)
Um dos preconceitos que limitam o bem-estar é entender o mundo de acordo com as próprias experiências e pontos de vista. Aqueles que têm opiniões opostas ou que não passaram pelas mesmas coisas que você não são dignos de confiança ou amizade.
O preconceito por afinidade nos diz que muitas pessoas sempre terão preferências inconscientes por quem tem qualidades e experiências semelhantes às delas.
Aqueles que têm as mesmas ideias políticas, estudaram na mesma universidade ou têm a mesma nacionalidade serão vistos com melhores olhos.
3. A sua imagem já diz tudo (preconceito por aparência)
O preconceito por aparência é um clássico. Quem nunca fez isso alguma vez?
A maioria de nós tende a prejulgar as pessoas com base na imagem e maneira como elas se vestem. Sabemos que a aparência física sempre importa, mas tome cuidado porque às vezes cometemos graves erros de julgamento que afiam a arma da discriminação.
4. Homens e mulheres nunca serão iguais (preconceito de gênero)
Entre os preconceitos que limitam o bem-estar está, sem dúvida, o preconceito de gênero. Pense bem: não basta a própria sociedade continuar a reforçar certas crenças sexistas. Às vezes, também continuamos a internalizar determinados preconceitos que limitam o nosso potencial.
Um exemplo disso são as mulheres que decidem não optar por cargos de chefia por acreditarem que essa categoria se destina apenas a homens.
5. Preconceitos que limitam seu bem-estar (preconceito de poder e beleza)
O preconceito de poder e beleza está muito presente atualmente. Por exemplo, muitos jovens acreditam que apenas as pessoas com certos atributos físicos alcançam o sucesso. Se existe um viés debilitante e negativo, é supor que a magreza ou a beleza abrem portas em todos os cenários.
O preconceito de poder e beleza é sustentado pela baixa autoestima. Trata-se de um componente emocional e um preconceito que limita o nosso potencial, pelo pensamento de que todo sucesso ou conquista de metas começa apenas no aspecto físico.
6. Um erro determina tudo (preconceito maldito do diabo)
As pessoas às vezes são muito cruéis, tanto conosco quanto com os outros. Basta que alguém cometa um erro para que seja tirada a conclusão de que essa pessoa não é confiável ou não vale nada.
O preconceito maldito do diabo consiste na ideia de que basta alguém apresentar uma qualidade ruim (mesmo que temporária) para pensarmos que é melhor nos afastarmos dela. Além do mais, esse tipo de crença também pode ser aplicada a nós mesmos: basta estar errado ou ser falível em algo para pensarmos que somos um desastre.
7. Quando algo dá errado, tudo vai piorar (preconceito da linha reta)
Entre os preconceitos que limitam o bem-estar está a suposição de que, quando algo der errado, a tendência seguirá o mesmo caminho: tudo continuará dando errado. Desse modo, enquanto o preconceito diabo se aplica às relações entre as pessoas, a linha reta aparece em nossas experiências e acontecimentos cotidianos.
Trata-se de um filtro de negatividade que nos faz cair no desespero ao julgar que o que começa mal não pode ser corrigido.
Para concluir, nada pode ser tão catártico para nosso potencial quanto tomar consciência dessas construções psicológicas. Como disse William James, muitas vezes quando acreditamos que estamos pensando, o que realmente estamos fazendo é a reorganização dos nossos preconceitos. Essa não é a coisa certa a se fazer quando não conhecemos as pessoas de uma forma mais profunda e sólida.
Devemos aprender a desativar esses preconceitos para raciocinar como merecemos e precisamos pensar bem para viver bem…