Os absurdos sociais e econômicos nossos de cada dia

Os absurdos sociais e econômicos nossos de cada dia

Muitas pessoas, por não pensarem bem antes de contrair suas dívidas, e ficarem apenas ouvindo quem tem interesse de emprestar-lhes o dinheiro, adquirem grandes passivos econômicos, os quais geram despesas muito grandes e não previstas previamente as quais são, portanto, muito difíceis de serem quitadas. Na compra de um bem qualquer (veículo, imóvel) é preciso analisar previamente muito bem, se há como arcar com as despesas de manutenção posteriormente e, se aquele capital imobilizado na aquisição não fará falta para o custo de vida diária ou outros investimentos e aquisições necessárias/almejadas. O que pode ser um bom negócio para quem empresta dinheiro, acaba se tornando uma grande “dor de cabeça” para quem tem de devolvê-lo com juros fixos e compostos.

Quando se investe em um ramo próprio de negócio, seja urbano ou rural, é preciso analisar e calcular muito bem a sua rentabilidade, para que se torne realmente um ativo e gere prosperidade e não prejuízo financeiro. Em algumas ocasiões, se ganha dinheiro simplesmente deixando de investir, pois não se estará perdendo pelo menos. É quase igual quando as pessoas tiram todo o solo fértil e produtivo original, na frente de uma casa na cidade, por causa da sua construção, e depois pagam caríssimo para comprar terra preta e húmus para o plantio de grama. Não seria mais sensato preservar o solo que já havia, e assim economizar esse dinheiro! É quase igual também como perder peso, às vezes, o que mais funciona, é apenas ajustar as calorias, do que ficar fazendo restrições ou dietas severas demais de determinados alimentos, ou comprando produtos milagrosos. Os quais funcionam mais para quem os vende ganhar com os mesmos, mas não para aqueles que os compram.

Um agricultor ou empresário com pouco capital e poder aquisitivo, não pode focar na produção em escala e sim, num primeiro momento, em nichos específicos de mercado, objetivando produtos com valor agregado e diferenciados. Por que será que uma mesa ou uma simples cadeira de madeira, com simples detalhes no acabamento, valem tanto mais que uma árvore que leva às vezes 20 ou 40 anos no mínimo, para ser colhida!? Porque o preço do kg de um animal vivo vale tanto menos ao agricultor, que a sua carne na gôndola de um supermercado!? Ou então, por que um carro, um computador, valem tanto mais que seus minérios brutos extraídos que dão origem aos mesmos!? Lógico que tem toda a despesa na transformação da matéria prima até o produto final; os impostos de cada região do planeta quando ela é transportada até chegar numa unidade de produção (e custos fabris diversos), mas quantos atravessadores ganham no processo!? E quais ganham mais!? Geralmente, os mais próximos do consumidor final. “Ter lucro, mesmo sendo pequeno, é muito possível e viável ao mesmo tempo”. Quando aumentamos de “tamanho”, já se torna necessário ter mais capital imobilizado, meios de produção, pessoal para trabalhar. Dessa forma, o que parecia dar muito lucro, pode não ser bem assim.

Educação financeira não se aplica aos mais pobres da sociedade, apesar de todo o marketing com o qual ela é divulgada em vários meios de comunicação tal como um modismo. A maior parte do dinheiro de uma família com baixo poder aquisitivo, é usado para solucionar problemas urgentes que já foram adiados por falta de receita. Uma família pobre, que conseguir aumentar a sua renda em 100, 200 ou 300 reais por exemplo, não utilizará esse valor para poupar e investir, e sim, direcionará esse acréscimo para coisas bem mais urgentes primeiro, tais como: fazer reparos na casa, pagar alguma conta atrasada, comprar mais comida, roupas, ou para resolver problemas de saúde. Quando a urgência é a sobrevivência diária, fica muito complicado reservar 10 a 20% ou mais, do que se ganha, para uma emergência ou para investir visando lucros futuros a longo prazo! Quando as pessoas precisam decidir, entre comer uma ou duas refeições por dia, ou deixar de se alimentar para pagar a conta de luz, é até uma zombaria, chacota ou piada de mau gosto, dizer para as mesmas que, caso queiram sair da pobreza, basta gastarem menos do que ganham! A pobreza significa não ganhar o suficiente para suprir o mínimo necessário para viver, e não o seu desperdício!

A situação de pobreza ou riqueza não pode ser apenas analisada sob o ponto de vista do mérito como eventualmente é simplificada e generalizada. Para falarmos em mérito próprio, o ponto de partida de todas as pessoas deveria ser o mesmo. Compararmos a evolução material de duas pessoas, uma da classe média a alta, que possui o dia livre para se dedicar à sua formação intelectual, e tem acesso ao melhor ensino possível e existente (e aproveita essas condições), com uma da última classe social, que sempre precisa trabalhar o dia todo para comer no final do dia e, à noite, cansada, estuda em escola onde faltam até professores, não é nada justo ou paritário. Semelhante à isso, é falarmos que pedreiro, agricultor, ou quem faz serviço doméstico, não são profissionais, porque talvez algumas pessoas que exerçam tais atividades não tenham estudado o bastante. Tal discurso é tão absurdo, ultrapassado, mas ainda existente que, apesar de tais trabalhadores entre outros, não terem seu devido reconhecimento que merecem, nem por isso a sociedade consegue viver sem eles, pelo menos por enquanto!

A superioridade de uns em relação a outros nunca é a realidade quando falamos em “sermos alguém na vida”. A única honra que um homem pode ter é aquela que Deus concede, em sermos nós mesmos, sem fingirmos ser o que não somos. E apenas Deus sabe o que cada um merece, quais pessoas merecem o céu e quais não!

Ninguém pode falar sobre a evolução material ou espiritual de alguém apenas através do momento presente da vida de uma pessoa. A história particular, peculiar, e pessoal inteira, precisa ser observada, e nem assim conseguiremos dizer alguma coisa. Porque a vida humana é muito mais complexa do que os donos desse mundo querem que acreditemos. É difícil cuidar apenas da nossa, imagina pensar que há pessoas por aí que cuidam da vida dos outros! Cada ser humano lida de uma forma diferente com o que ocorre ao seu redor no seu exterior, e nenhuma cabeça é igual à nossa.

Então, à vezes, se ganha muito mais crédito e moral, ficando bem calado, em silêncio.

Leia nossa indicação e post “É possível chegar a perfeição do ser humano?”

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