ÓRFÃOS DE PAIS

ÓRFÃOS DE PAIS

Caros leitores, chegando o dia dos pais e me pego na necessidade de chamar a atenção com esse texto. Se trata de um assunto de amplo aspecto que preciso abordar, não com intuito de julgar mas sim de promover uma reflexão. São questionamentos que faço, na compreensão de que todos possuem seus motivos mas peço que esses motivos sejam repensados, pois se trata da felicidade e da vida de nossas crianças.

Por que o homem quando troca de mulher também troca toda a família?
Não, eu não tenho uma resposta descente para esse tipo de comportamento indesculpável. A única coisa que sei é que acontece com muita frequência. O homem quando se separa da mulher, também se separa da casa, do carro, do cachorro e até dos filhos!


Seus filhos passam a ser seus enteados e seus filhos de sangue passam a ser apenas ” filhos da mãe ” .
A responsabilidade, educação e o convívio findam-se a partir do momento em que essa separação se concretiza com a agregação de uma nova mulher.


Assim que o homem assume um novo relacionamento tudo muda, não só o convívio do antigo casal, que deixa definitivamente de existir, mas muda também o convívio com os filhos havendo uma ligeira exclusão, que com o tempo só vai aumentando até chegar a total ausência de convivência entre pais e filhos.


De certo que muitas vezes após a separação é a própria mãe que tenta afastar esse pai dos seus filhos, por diversos motivos isso pode acontecer: super proteção, medo da perda, ciúmes, controle…
Mas o pai vai, segue a vida dele e não olha mais para trás! E lá atrás ele deixou também seus próprios filhos. Enquanto a mãe fica, geralmente a mãe fica.


É compreensível que um novo arranjo familiar seja feito quando um casamento se desfaz, principalmente na presença de um novo relacionamento na vida desses pais. Nenhum novo casal sobrevive tendo interferências diretas de ex mulher ou de ex marido em seu novo relacionamento. Portanto o correto para que a vida venha a fluir é cada um no seu papel, com um limite de convivência estabelecido.

O que de fato é cruel e totalmente insensato é esse pai se tornar totalmente desinteressado e ausente na vida dos filhos, seja por qualquer motivação. Muitos se afastam para não pagar pensão alimentícia para a criança, ou porque a atual mulher não quer conviver com esses filhos, ou para simplesmente viver uma vida nova sem eles. E esquecem que eles existem! A visita passa a ser cada vez mais escassa, com o tempo passa a não acontecer mais.

“Após a separação o pai refaz sua vida, a mãe refaz sua vida, mas os filhos nunca se refazem. Ficam simplesmente perdidos”.

Esse desprendimento masculino chega a ser assustador e me coloca a reflerir a

questão da paternidade. O papel do homem no nascimento de um filho, até que ponto esse pai se envolveu para conseguir de desprender tão facilmente?
E como fica a mente desses filhos reconhecendo que o abandono pode vir de alguém tão próximo, como da pessoa que os gerou?


Esse texto aborda um assunto difícil e delicado, de caráter multifatorial portanto necessitaria de uma ampla abordagem. Mas quero com ele chamar a atenção para esses filhos órfãos de pais vivos, para que ainda haja tempo desses pais que se afastaram deliberadamente, voltem a convivência com seus filhos, antes que a vida os impeça de fazê-lo.

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