Obsessão pela máquina

Obsessão pela máquina

Mario Sergio Cortella e um de seus excelentes textos sobre “Obsessão pela máquina”.

O final do século XX e o começo do século XXI geraram em nós uma grande obsessão pelas máquinas. Passamos a ter à nossa volta uma dependência extrema e contínua de tudo aquilo que é automático.

Outro dia, eu vi algo que até me espantei. Era um desses lixinhos que ficam sobre a pia, para colocar pequenos dejetos, que tinha pilha. Quando a mão se aproximava, a tampa se levantava automaticamente e, após o descarte, ela fechava. Em breve, não teremos nem o trabalho de abrir uma tampinha de lixeira sobre a pia. E podemos nos acostumar com isso.

Curiosamente, o escritor brasileiro Paulo Bonfim, em 1926, num livro chamado Colecionador de minutos, escreveu algo que parece ser atual: “Se conseguirmos apenas usar a máquina em lugar de amar a máquina, estaremos eliminando o maior perigo do nosso século”. E ele escreveu isso, ao falar “nosso século”, antes da terceira década do século XX. Portando um alerta que nos serve para hoje.

É preciso, sim, saber usar a máquina, em vez de amar a máquina, porque isso significa criar com ela uma relação de dependência extremada, de obsessão, de perigo.

 

Mario Sergio Cortella

 

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Mario Sergio Cortella é um filósofo, escritor, educador, palestrante e professor universitário brasileiro mais conhecido por divulgar questões sociais ligadas à filosofia na sociedade contemporânea.

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