Acontece que o cérebro humano e de qualquer mamífero não quer sentir dor, nós sempre buscamos de forma instintiva fugir de qualquer coisa que nos ameace ou gere dor, tanto fisicamente quanto mentalmente, mas o sistema nervoso não sabe se essa coisa que vai te machucar, é um prego, uma faca, um tigre, sua mãe brava, seu pai, seu chefe bravo, o imposto, seu marido, sua esposa, ou seja tudo que você sabe que é ruim, isso faz despertar em você a intenção de correr, pois é doloroso, só que o problema que a dor vem e a tendência é fugir, mas às vezes você não pode fugir porque você tem suas responsabilidades, como o chefe vai te mandar embora se você sair cedo, os filhos vão sofrer se você se separar, você precisa de dinheiro para comer e pagar as contas, então você trava e fica sofrendo.
Só que como não temos o costume de voltar-se para dentro, acabamos nos perdendo, onde ao invés da pessoa buscar resolver e entender o que está acontecendo, ela acaba se habituando ao sofrimento e criando formas de mantê-lo, através de válvulas de escape, e nós fazemos isso o tempo inteiro, como quando estamos tristes, nós bebemos, fumamos, comemos, assistimos Netflix, damos uma volta, pensamos positivo, mas dependendo essas coisas não são ruins, como beber uma caipirinha de vez em quando, não é a mesma coisa que ser um alcoólatra, mas o problema é você precisar da válvula de escape para estar bem ou você deixar de viver em função dela, e isso faz as pessoas pensarem que real problema é a válvula de escape, mas ninguém nos ensina a parar e a encarar a dor, e o que ensinam para nós é desviar a atenção da dor, pois faz parte da ideia de que se eu não estou prestando atenção a dor vai embora.
Por isso pare e se pergunte, se o seu modo de vida hoje, não é apenas uma forma de fugir de algo que você tem ignorado por muitos anos.