O MUNDO E SUAS CERTEZAS

O MUNDO E SUAS CERTEZAS

Certezas não fazem parte do início da vida. E nem do final. Afinal de contas, todos sabemos como vivemos, mas não sabemos para onde iremos quando partirmos deste mundo. Se existe vida depois da partida, se existem outros mundos, reencarnação; Assim como quando nascemos, não sabemos de onde viemos, se nossa existência se deve apenas por uma combinação genética ou se já havia uma existência antes de virmos ao mundo.


Não temos certeza de nada. O antes e o depois são um grande mistério ainda hoje para a humanidade. Admitimos crenças, mas nas crenças não há certezas. As crenças são alimentadas pela fé e não há certeza na fé. A fé é o sentimento de acreditar em algo sem a necessidade de comprovação. Então a fé e a certeza andam próximas, mas uma independe da outra. Embora que para ter fé não precisamos ter certeza, para ter certeza, antes precisamos acreditar. Não dá para ter certeza de algo que não acreditamos. Se assim fosse, não seria uma certeza e sim uma dúvida.


Mas retomando ao início de tudo, somos seres dotados de grande curiosidade. Quando crianças queremos interrogar tudo, conhecer todos os “porquês”. Na adolescência somos questionadores, seres repletos de dúvidas. Em qual momento de nossas vidas passamos de pessoas motivadas a entender o mundo para pessoas com tantas certezas? Será que deixamos de enxergar que tantas certezas podem enganar os nossos olhos, impedindo-nos de ver a verdade como ela é?


O paradoxo da sabedoria nos mostra que quanto mais achamos que sabemos, mais perdemos a capacidade em aprender e portanto, menos sabemos.


A filosofia se iniciou pela vontade de explicar os fenômenos da natureza, com os filósofos pré socráticos. A curiosidade os levou a buscar explicações mais coerentes além das explicações míticas, como se acreditava na época. Isso nos mostra o quanto a impressão que temos sobre os eventos pode ser mutável. Certezas podem ser limitantes e excludentes, pois muitas vezes preferimos estar com a razão para nos auto afirmarmos diante de uma situação, a querer entender o que o outro diz. Esse tipo de atitude enaltece nosso ego e diminui o outro enquanto se contradiz de nossas afirmações. Enquanto que, na realidade, nenhum dos dois conhece a verdade absoluta.


“A certeza nem deveria ser considerada se não pudesse ser comprovada”.


Portanto termino este texto com apenas uma certeza: que o melhor é que nossa vontade de aprender e a capacidade de ouvir nunca sejam cessadas por certezas infundadas. E que até nossas certezas não podem representar o fim da linha de nossa sabedoria.


E finalizo deixando a seguinte reflexão: ” Não importa quantos cisnes brancos você veja ao longo da vida; isso nunca lhe dará certeza de que cisnes negros não existem”. Karl Popper.

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