Folclore é um tipo de manifestação da cultura popular que acontece e forma a identidade social de um povo. Dessa forma, o folclore pode ser reproduzido tanto de forma individual quanto coletivamente, assim como é transmitido de geração para geração. As manifestações folclóricas dão-se basicamente através de música, mitos, contos, dança, jogos, brincadeiras, festas populares, entre outros.
A importância do folclore é reconhecida pela Unesco, entidade vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU), que declara o folclore como Patrimônio Cultural Imaterial ressaltando a importância da preservação das diferentes manifestações que o formam.
O Brasil possui os elementos básicos que deram formulação a seu folclore. Assim, existem crendices, saberes, mitos, lendas, festas, danças etc., que fazem parte do que é chamado de folclore brasileiro. As raízes de nosso folclore estão na cultura europeia, africana e na cultura indígena. Do folclore brasileiro são muito conhecidas as lendas de personagens, como o Saci-Pererê, a Iara, o Boto cor-de-rosa, o Curupira, a Mula sem cabeça, entre outros.
A conservação das florestas garante a saúde do planeta Terra, assim como a saúde do ser humano. No imaginário folclórico brasileiro, as florestas são habitadas por vários personagens fantásticos como o Saci, o Curupira e o Boitatá. Apesar da origem e comportamento diferentes, esses personagens têm uma característica em comum: são guardiões da floresta e caçadores de pessoas que promovem o desmatamento.
Lenda do Curupira

O Curupira é descrito como um anão de cabelos vermelhos, com muitos pelos pelo corpo e os pés virados para trás. O personagem utiliza essa última particularidade como uma artimanha para enganar as pessoas, fazendo com que fiquem presas na mata e não encontrem o caminho para casa, devido suas pegadas no sentido contrário.
As primeiras histórias sobre a lenda do Curupira são do século XVI, onde era descrito pelos jesuítas como o “demônio que persegue os índios”. O Curupira é considerado um ser maléfico, capaz de fazer mal às pessoas e, por essa razão, sempre foi muito temido pelos índios.
De acordo com o folclore, o Curupira persegue as pessoas que desrespeitam a floresta, como lenhadores e caçadores. Histórias de raptos misteriosos e outros casos de violência inexplicáveis que ocorrem nas matas costumavam ser associados ao “demônio da floresta”.
Para que a pessoa não seja alvo do Curupira, a lenda diz que esta deve oferecer cachaça de cana de açúcar ou tabaco, pois o ser supostamente gosta muito de fumar e beber.
Também é aconselhável amarrar um cipó e esconder bem uma das pontas, uma vez que o Curupira também é descrito como dono de uma curiosidade surpreendente. Desta forma, a criatura passaria muito tempo entretida com o cipó e esqueceria de atormentar a pessoa que se aventura pela floresta.
Lenda da Caipora

Diferente do seu Curupira, a Caipora não tem os pés virados para trás, mas também é descrita como uma criatura de pele escura, coberta de pelos vermelhos e que anda sempre montada em um porco-do-mato. Assim como vários outros personagens folclóricos, o Caipora também protege as florestas, atacando qualquer pessoa que desrespeite o seu espaço.
A maioria das histórias diz que a Caipora tem poderes relacionados a natureza, como controlar ou ressuscitar animais. Para proteger o seu meio, a criatura faz armadilhas e oferece falsas pistas aos caçadores para que se percam.
A lenda diz que a Caipora costuma agir mais intensamente às sextas, domingo e dias santos. Para que a pessoa possa entrar na floresta e não correr o risco de ser pego pela Caipora, a cultura popular ensina que é precisa deixar alguns presentes para a criatura, como fumo de corda.
A Caipora, no entanto, sempre foi descrita nas histórias narradas pelos indígenas como uma entidade muito perigosa. Algumas histórias contam que este ser mitológico é canibal, capturando as suas vítimas que servirão como sua refeição.
Dependendo da região do país existem relatos diferentes sobre a lenda deste personagem. Algumas histórias narram a Caipora como tendo o corpo verde, enquanto outras consideram-na sinônimo de Curupira, ou seja, ambos seriam a mesma criatura.
Lenda do Boitatá

O Boitatá protege a floresta contra o degradamento provocado pelo ser humano, principalmente as queimadas. De acordo com a lenda, a pessoa que olha diretamente para um Boitatá fica cega, louca ou morre.
De origem indígena, existem diversas variações da lenda do Boitatá. O primeiro relato escrito da história foi feito pelo Padre José de Anchieta, no século XVI, onde descreve uma criatura em forma de serpente e feita de fogo. Mas, em outras regiões do país, o Boitatá também é descrito como um touro que cospe fogo.
Entre algumas das principais características do Boitatá está a capacidade de se transformar num tronco em brasa, queimando quem estiver por perto. Ele se vinga dos incendiários de florestas com esse poder.
Lenda da Comadre Fulozinha

A Comadre Fulozinha é uma criatura mitológica, muitas vezes chamada de “Mãe da Mata”. Seu nome deriva provavelmente da pronúncia regional de “Comadre Florzinha” e é frequentemente confundida com a Caipora, sendo ambas consideradas uma variação da mesma lenda.
A Comadre pode assustar quem esteja andando a cavalo na mata se não lhe deixar uma oferenda. Ela amarra o rabo do animal de tal forma que ninguém consegue desatar os nós. A ela também são atribuídas histórias semelhantes contados pelos anciãos das regiões rurais, onde os rabos dos cavalos no estábulo amanhecem amarrados da mesma maneira.
Em algumas regiões também é conhecida como uma entidade que protege a floresta, daí sua semelhança com a Caipora. Segundo alguns, ela não gosta de ser confundida com esta, dando em quem as confunde uma surra com urtiga, ou utilizando seus cabelos longos. Até hoje são comuns relatos de pessoas que presenciam suas aparições nas zonas de floresta.
Faça a sua parte
Você pode colaborar para a preservação do meio ambiente com atitudes simples como:
- Não provocar queimadas;
- Utilizar produtos sustentáveis;
- Não descartar lixo em local incorreto; e
- Ensinar educação ambiental às crianças.