O Estado das Coisas (Brad´s status), de 2017, escrito e dirigido pelo Mike White, diretor de “Escola do Rock” e “Nacho libre”, é um daqueles filmes simples, de baixo orçamento, que devemos reconhecer como importantes para refletirmos sobre a vida. Brad, interpretado pelo Ben Stiller, vive um homem perto dos 50 anos, com uma vida comum, casa, esposa e filho, este prestes a entrar numa faculdade. De repente, ele se vê numa crise pessoal, questionando as escolhas que fez na vida e se comparando com antigos amigos da faculdade, que se tornaram ricos e bem sucedidos. Então, ele parte para Boston para acompanhar a entrevista do filho em uma universidade.
Brad é melancólico, algo perceptível em alguém que está frustrado e insatisfeito com a própria vida. Antes e durante a viagem ele se perde em seus pensamentos, pensando em como seria a vida se fosse solteiro ou se tivesse seguido outra carreira profissional, por vezes, até devaneia trocando de vida com o próprio filho, que aparentemente terá uma carreira e experiência universitária melhor que a dele. A crise de meia idade de Brad o consome, mas é bem comum e ganha força nos tempos atuais, em que vivemos sob a égide das redes sociais, onde podemos publicar – e muitas vezes comparar – nossas vidas com a de amigos ou familiares, infelizmente.
Entretanto, vemos o amor dele pelo filho, e, apesar das comparações feitas, ele percebe, aos poucos, a importância dele na vida de sua própria família e como ele conseguiu criar um “ser humano maravilhoso”. O filme é realista e sensível, tocando em temas atuais, como o fato de vivermos pressionados para sermos perfeitos, termos uma bela carreira profissional e uma vida social glamurosa, ou ao menos aparentar isso para o mundo.
Em “O Estado das Coisas”, vemos muito além da relação entre pai e filho, aprendemos, também, a valorizar o que construímos e em nunca perder o interesse pela vida, seja qual for o caminho traçado, pois, como deduz o protagonista, nós ainda podemos amar o mundo sem ter que possuí-lo.
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