O EGOÍSMO HUMANO

O EGOÍSMO HUMANO

O pessimismo defende uma ideia contumaz: há no homem uma maldade intrínseca à sua natureza praticamente inalterável. Uma das mais preponderantes características desse mal é o egoísmo, sua manifestação acontece na relação entre ego e alter, havendo sempre a predominância do ego.
Egoísmo é colocar suas próprias necessidades acima das alheias, é olhar mais para si que para os outros e, acima de tudo, valer-se do alter como um meio e não fim em si mesmo. Resta uma questão: toda ação do homem é voltada para si? A resposta é cristalina: um sonoro SIM. Mesmo o bem só é movido pelo egoísmo, isto é, as pessoas praticam as boas ações em nome de um mundo ideal, de uma autossatisfação, de elogios de terceiros ou mesmo para desencargo de consciência. Não existe bondade desprovida de interesses! É o clássico: “nada nesse mundo é de graça”, sabe?
Diz Nietzsche:

“Há uma exuberância na bondade que parece ser maldade.”

O pessimismo schopenhaueriano é ainda mais trágico, uma vez que para ele o egoísmo humano não possui limites, não existem hesitações quando se coloca em jogo o bem-estar do indivíduo e, por mais que ele tente sufocar seu egoísmo com “bom samaritanismo”, jamais conseguirá colocar o alter como único objetivo, sempre haverá um pouco de ego na equação. Diz Schopenhauer:

“O egoísmo é colossal, o universo não pode contê-lo. Porque se dessem a cada um a escolha entre o aniquilamento do universo e a sua própria perda, é ocioso dizer qual a resposta.”

Por vezes, parece que a maximização do prazer e minimização da dor descrita por Bentham na sua defesa do utilitarismo é o objetivo final. Fato é, porém, que o egoísmo humano é como um vulcão: duradouro, firme, silencioso… contudo, há sempre a certeza da erupção.

Deixe seu comentário