Muitas vezes, fantasiamos com ideias e desejos proibidos que nos provocam sentimentos ambivalentes. São fios condutores de pensamentos estranhos que surgem em um “passe de mágica”. Na maioria das vezes são ideias perversas que não podemos compartilhar com ninguém, mas que despertam o nosso desejo. O fato de identificarmos esses desejos que condenamos eticamente é o que produz esse turbilhão de emoções conflitantes.
Desde a antiguidade, o ser humano sempre foi atraído pelo que não está ao seu alcance. Parece que o proibido está coberto por um halo de atração irresistível para nós. Basicamente é uma manifestação, digamos quase natural, que temos as pessoas para matar a curiosidade e conquistar a essa total liberdade.
No entanto, a diferença entre pensar e fazer é muito grande. Se tudo o que passa pela nossa imaginação se tornasse realidade, certamente teríamos ganho na loteria várias vezes e “assassinado” algumas pessoas que causaram muitos problemas nas nossas vidas.
Quando imaginamos coisas positivas, como ter muito dinheiro ou que um amigo está bem, as emoções agradáveis nos invadem. No entanto, quando desejamos o mal do outro ou fantasiamos com outra pessoa que não é o nosso companheiro, nos sentimos culpados. Esses pensamentos nos trazem sentimentos desagradáveis.
Porém desde o momento em que nascemos, limites morais, éticos e sociais nos são impostos. Desde crianças, nos ensinam o que podemos e o que não podemos fazer. São os pais, que primeiro marcam esse caminho e definem essas linhas vermelhas, que não podemos cruzar. Depois a sociedade continua a acrescentar limites a essa lista de proibições.
Nossa própria condição de seres humanos é o que nos impulsiona a vivenciar o que nos é negado, pois precisamos conhecer o desconhecido e entender suas consequências. Transgredimos as regras para sentir “na primeira pessoa” suas consequências. É a única maneira que temos de repetir ou desistir voluntariamente de atividades proibidas, sejam elas realmente prejudiciais ou não para nós. Como assinalou Oscar Wilde, “A única maneira de libertar-se de uma tentação é entregar-se a ela”.
Em muitas ocasiões, nossos pensamentos nos envergonham, nos fazem sentir culpados, queremos nos livrar deles e nos enganamos dizendo que eles não existem. Mas eles estão lá e não conseguimos fazê-los desaparecer.
Quanto mais tentamos fugir desse desejo, mais ele nos persegue. É um efeito paradoxal, como aquilo que acontece quando nos propomos a não pensar em um urso branco. Embora tentemos evitar, o urso branco não sai da nossa cabeça.
Para que você mesmo comprove como muitas vezes algo pode nos trazer emoções negativas, lhe proponho uma experiência. Pegue um pedaço de papel e escreva o nome da pessoa que você mais ama. Guarde esse papel e mais tarde lhe direi qual será o próximo passo.
O desafio de alcançar o proibido
Quando algo ou alguém é apresentado diante de nossos olhos com o sinal de “proibido”, imediatamente parece que nosso lado mais aventureiro é ativado para alcançar esse desafio. O que é vetado nos seduz e nos atrai. Se olharmos para o nosso cotidiano podemos encontrar vários exemplos que confirmam esta máxima.
Basta que o médico nos tenha proibido de consumir um alimento para que se torne o mais apetitoso; um livro desperta nosso interesse se for censurado por algum motivo; uma pessoa nos atrai mais se já tem um parceiro ou se apresenta como um amor impossível. É claro que quando algo é proibido, nossa mente decide prestar mais atenção do que o normal.
Um estudo realizado pela Universidade de Columbia, no Reino Unido, revela que o desejo por algo proibido diminui quando a renunciamos em grupo, ou seja, é mais fácil respeitarmos os limites quando o fazemos em grupo, do que individualmente. Essas descobertas podem melhorar as terapias em grupo para ajudar as pessoas a superar certos hábitos e vícios.
Racionalmente, sabemos que pensar é algo muito diferente do que fazer. Ninguém acredita que pelo fato de pensar e desejar ganhar na loteria, isto vai realmente acontecer. No entanto, a mente nem sempre funciona de maneira racional.
Muitas vezes acontece uma fusão entre pensamento e ação e passamos a acreditar que quanto mais pensarmos em algo, mais probabilidades teremos de que isto aconteça. Desta forma, cometemos o erro de acreditar que tudo pode se transformar em realidade.
“Não tente expulsar os pensamentos, dê-lhes espaço, observe e deixe ir.”
Frase do pensador Jon Kabat-Zinn
Quando somos prisioneiros dos nossos pensamentos o que fazer
De modo, que nenhum pensamento ou desejo nos torna bons ou maus. De modo, que não são os nossos pensamentos que dizem quem realmente somos, e sim as nossas atitudes que demostram quem realmente somos de verdade, independentemente de como sejam, têm pensamentos agressivos e afetuosos, e isto não os transforma em pessoas boas ou más, simplesmente mostra o que realmente somos: seres humanos pensantes, pessoas com a maravilhosa capacidade de imaginar.
Lembre-se de que, como dissemos anteriormente, pensar não é o mesmo que fazer. Você poderia sonhar que tem o carro dos seus sonhos e isso não significa que ao despertar o carro esteja na sua garagem. Da mesma forma, você pode desejar ter relações sexuais com outra pessoa sem implicar que isso vai realmente acontecer.
Sinceramente eu como pensador confesso que as vezes, a culpa pode se tornar tão intensa que nos esmaga. Parece que os desejos têm vida própria através das nossas ações e temos a sensação de que somos incapazes de controlar o que pensamos e o que fazemos digo isto até como bom pensador que sou, sei que as vezes sou esmagado pelos meus próprios pensamentos que voam como os ventos.
A falta de controle sobre os nossos desejos proibidos e o grande mal-estar que sentimos são um aviso. Um alerta que nos diz que talvez estejamos confusos porque não sabemos lidar com o que está acontecendo.
Quando os seus desejos afetam a sua vida diária e causam sofrimento, ou as suas ações, movidas pelos seus desejos, violam os direitos de outra pessoa ou do ambiente ao seu redor, é o momento de pedir ajuda profissional e tentar aprender a viver de forma mais saudável com os seus desejos.
Em contrapartida, quero dizer que pensamentos são apenas pensamentos. Os desejos e os pensamentos têm o poder que você lhes dá. Não é necessário e nem aconselhável negar ou fugir dos seus desejos. Basta deixá-los entrar, observar e depois de um tempo eles se vão naturalmente embora como a onda do mar que vai em vem fluir aleatoriamente.
A mente é um mundo cheio de possibilidades onde podemos fantasiar, desejar, brincar e experimentar, sem que isso se transforme necessariamente em ação. Apenas na mente somos realmente livres e temos a vantagem de sermos os donos do verdadeiro objeto de nosso desejo, por isso te digo não se prenda, e nem repreenda seus pensamentos, pois o homem pode até está preso fisicamente , mas não mentalmente, pois ele ainda que esteja preso fisicamente esta livre mentalmente para pensar em sua liberdade, e expor seus pensamentos de forma convincente e consciente para a sociedade.