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Nunca diga ¨eu me conheço¨

Você já se deparou dizendo: Eu não vou falar nada porque eu me conheço, eu não vou dar resposta porque eu me conheço, eu não faço nada porque eu me conheço e sei que vai ser pior?


No atual cenário em que diversas influências ceifam a saúde física e mental das pessoas agigantando a demanda em consultórios psicanalíticos frente ao bombardeio das notícias impactantes que alteram a rotina dos seres humanos quase que na velocidade que transita entre o surreal e a realidade.


Muitas vezes o sentido da razão sem perceber que está sendo conduzidos a uma convulsão de valores dentro de uma irracionalidade imperceptível, trazendo a reboque uma das piores consequências, a perda da identidade.


Quantas vezes eu mesmo me deparo com lapsos de memória onde estava me preparando para fazer algo e de repente aquele súbito zeramento me acomete, o mesmo ocorre com os objetivos, preferências, razões e pensamentos pseudo articulados.


Façamos um pequeno exercício de reflexão; Quantas atividades, gestos e experiências antes prazerosas, que se tornaram esquecidas e desvalorizadas pela lei da relatividade, foram substituídas por outros valores oriundos do modismo cíclico guido pela alienação social ?


Já não se sabe de que gostar, porque as novidades são mais importantes, já não se tem mais objetivos vocacionados pelas próprias habilidades, pois o status e o capital se tonaram maiores fazendo com que a opção por profissões predomine pela que melhor remunera prevalecendo assim, independente das aptidões que verdadeiramente realizam.


A inversão de valores, o capitalismo, o poder, alimentaram o ego (egoísmo) da essências estrutural na psique humana modificando o DNA da alma. Talvez isso explique a solidão em meio a multidão, a crise existencial dos potenciais suicidas que fomentam as estatísticas abruptamente, a intolerância na convivência social, o medo como companhia mais assídua, a individualidade disfarçada de luta pela sobrevivência.


Talvez hoje o maior desafio do ser humano seja se reconhecer diante do espelho da consciência, pois já não possui reações próprias que caracterize sua identidade, sempre está sendo motivado por fatores externos que desconstrói seu “EU”, assim como a psique através da psicossomática influencia a matéria.


Em um passado não muito distante se ouvia com frequência “eu me conheço¨, não pela conotação pejorativa da expressão, pois não se tinha o conhecimento científico dos dias atuais nem o senso auto crítico aguçado, porém se observarmos com as lentes do hoje, é notório que se detém maior conhecimento e ainda assim, mais perdidos que nunca, sabe-se muito sobre os outros e quase nada sobre o próprio “Eu”.


É da natureza humana se avaliar por seus ideias e experiências consolidando suas próprias certezas, construindo barreiras usando como matéria prima as asperezas de caráter que limitam a capacidade de auto conhecimento.


É necessário lapidar a pedra bruta, com o maço da humildade e o cinzel do desejo em se permitir fluir o “eu de cada um sem julgamento, auto cobrança excessiva, ¨perfeccionismo, sem se deixar influenciar pela vaidade, pelo egoísmo e entendendo que a vida é o que é, e não o que se deseja que fosse.


Inexorável a máxima do filósofo grego Sócrates que a quase 400 anos aC. citava o dizer do oráculo de Delfos; Conhece-te a ti mesmo, onde já se mencionava o desconhecimento do ser humano quanto a sua própria essência, talvez seja essa a grande questão da qual a humanidade necessite imergir e mergulhar na fonte de entendimentos mais profundos quanto a suas potencialidade e capacidade de realização por meio das descobertas que permanecem intocáveis até os dias atuais. Por isso nunca diga ¨eu me conheço¨.

Leia nossa indicação e post “É possível chegar a perfeição do ser humano?”

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