Há poucos dias atrás, ao fazer minha caminhada matutina, notei a presença de dois urubus no meu trajeto. O primeiro estava em cima de um poste, e o segundo, estava sob uma árvore. Ao observar as aves, e reconhecer novamente o quão são desprovidas de beleza, algo, além disso, me chamou atenção. As mesmas estavam observando um cachorrinho.
Ao continuar minha caminhada e acrescentando mais alguns passos à minha frente, notei que a condição do pequeno cãozinho, não era das melhores. Ele estava muito machucado, extremamente magro e com um andar cambaleante. Pareceu-me que o pequeno cão não comia há séculos, não tendo forças nem para andar.
Parei-me completamente e apenas observei o animalzinho. Em seguida, voltei minha atenção também para a dupla de urubus. E notei que os mesmos não tiravam os olhos do nosso amiguinho. Após o cachorrinho caminhar mais cerca de 20 metros, ele não resistiu e caiu no asfalto quente. Alguns segundos depois, as aves de rapina desceram de seus respectivos lugares e se aproximaram do cãozinho, ficando á uns 10 metros do mesmo.
Após isso, a dupla mal intencionada foi caminhando lentamente em direção do animalzinho. As aves se entreolhavam, caminhando quase que do lado da outra. Quando estavam perigosamente próximas ao animal, apressei-me violentamente e me aproximei dos abutres, emitindo sons e sacudindo os braços, expulsando as aves de perto do cachorro. Ao me aproximar do mamífero, pude constatar sua fragilidade e o quão machucado e desidratado ele estava.
Bom, em relação ao cachorrinho, não pude fazer muita coisa além de salvar sua vida, e o deixar próximo a uma residência. Mas essa história chamou a minha atenção. Você já parou pra pensar, o quanto de “urubus” podem existir em nossas vidas? Seja na vida profissional, pessoal, familiar, na vizinhança, enfim… Acredite, eles podem estar em qualquer lugar!
Muita das vezes, aquele seu “colega” de trabalho, pode estar aguardando o seu tropeço para ficar com o seu lugar. Aquele seu amigo (a) que você confia tanto pode estar aguardando a sua queda para se aproveitar de alguma situação. Aquele seu parente que parece te ajudar, torcer por você, pode estar torcendo pra você afundar cada vez mais. Ou ainda, aquele vizinho que você tanto acredita, pode estar aguardando você afundar mais e mais. E por fim, aquele (a) que se diz seu amigo (a) e que tanto te acompanha, pode estar esperando ansiosamente você naufragar profundamente, e navegar em águas limpas.
Portanto, caia. Permita-se errar quantas vezes forem necessárias. Errar é humano, e você pode usar isso como um aprendizado ou como sua sepultura. Prefira ficar com a primeira opção. Pois se você cair, e insistir em ficar na “lona”, provavelmente os “urubus” homo sapiens agradecerão e vão usá-lo (a) para seus respectivos “banquetes”. Muitos destes querem te ver cair, afundar nas águas profundas das piores mazelas físicas, psíquicas e espirituais.
E se a situação, condição for adversa, ou por simplesmente os ventos não estarem soprando ao seu favor, como no caso do nosso cachorrinho, não desanime… Busque forças em Deus ou qualquer outra entidade superior benigna, conforme a sua religião ou crença. Busque apoio naqueles que realmente lhe querem o bem, o seu sucesso. Seja feliz!
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