Dirigido por Walter Salles, Na estrada é a adaptação do clássico “On the road”, de Jack Kerouac. Além disso, teve a produção-executiva de Francis Ford Copolla. Retrata quando o jovem escritor Sal Paradise sai de casa em busca de aventuras, para se inspirar a escrever seu livro, em 1947, passando por diversos lugares e conhecendo várias pessoas, de todos os tipos. Como o amigo Carlo e o co-protagonista do filme, o elétrico e inconsequente Dean Moriarty, a quem Sal passa a seguir em diversas situações, desde noites de drogas, mulheres e até pequenos delitos. O livro, assim como o filme, retrata a chamada geração Beat, principalmente na década de 50.
Walter Salles, com experiencias magnificas como Central do Brasil e Diários de motocicleta, dá ao seu Na estrada uma bela fotografia e personagens fortes e interessantes, fazendo jus ao livro de Kerouac, no entanto, peca um pouco por se arrastar no segundo ato do longa, mostrando apenas uma repetição de viagens e delitos sem sentido. Por outro lado, o filme reforça o ritmo dos protagonistas, ligando-os sempre ao Jazz, que com suas notas improvisadas e certa anarquia musical demonstra bem a intenção e vida daqueles jovens.
Destacam-se, também, os diversos personagens que atravessam a história, como a Marylou (vivida pela talentosa Krinsten Stewart), a cativante Terry (Alice Braga), a comovente Camille (Kirsten Dunst) e o escritor Old Bull Lee (ótima interpretação de Vigo Mortensen), entre outros. Por fim, o filme trata com calma como, na verdade, aqueles jovens também eram egoístas e inconsequentes, como, por exemplo, o Dean se aproveita dos seus amigos seguidores que tratam ele como uma quase-divindade, mas que, ao fim, percebe e sofre as consequências da vida desregrada e de sua eterna fuga das responsabilidades.
Na estrada vale muito a pena, assim como a leitura de “On the road” é essencial para os amantes da literatura.
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