Mario Sergio Cortella e um de seus excelentes textos sobre “Museu”.
Uma das coisas mais gostosas em viagens é frequentar museus. Há pessoas que não conseguem compreender que um museu não é um lugar para coisa velha, mas um lugar para coisa antiga. Olha que diferença: quando se confunde velho com antigo, supõe-se que aquilo que está no museu é algo já ultrapassado, descartável, que é preciso ser colocado fora. Ao contrário, lugar de coisa velha é o lixo. O museu é um lugar para coisa antiga.
Na Filosofia, inclusive, há uma expressão muito boa, que é a palavra “tradicional”. Tradição é aquilo que vem do passado, tem que ser guardado, protegido, levado adiante. Aquilo que vem do passado e que temos que deixar fora, descartar, colocar de lado, chamamos de arcaico. Arcaísmo é aquilo que já está fora do seu tempo.
Tradição é aquilo que tem que ser preservado. Por exemplo, nas nossas casas, guardamos muita coisa que é tradicional: foto de família, um anel que era de alguém, uma faquinha que um dia pertenceu a um avô, bisavô. Isso tudo para nós é algo que faz parte da nossa tradição, aquilo que se segue conosco na história, aquilo que não perdeu vitalidade, que continua firme no nosso dia a dia.
Ao procurarmos um museu, convém lembrar que se trata de um lugar de conhecimento muito especial para olharmos a trajetória humana e, ao mesmo tempo, sermos capazes de uma reverência, de uma admiração daquilo que é antigo, mas que, de maneira alguma, envelheceu.
Mario Sergio Cortella
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Mario Sergio Cortella é um filósofo, escritor, educador, palestrante e professor universitário brasileiro mais conhecido por divulgar questões sociais ligadas à filosofia na sociedade contemporânea.
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