Não é de hoje que o homem vem tentando melhorar sua forma física, criando e empregando sistemas de treinamento para alcançar resultados cada vez mais ambiciosos. Um dos primeiros relatos sobre progressão de carga e uma dieta rica em proteínas e carboidratos é exemplificado por Milon de Crotona. Sua história conta que ele carregava um bezerro em suas costas metodicamente, a medida que o bezerro crescia sua força aumentava proporcionalmente. Era também discípulo de Pitágoras, outro fato que chama a atenção é a história de que em uma aula de Pitágoras o teto começou a desabar e Milon sustentou o teto até que todos conseguissem sair.
O amigo Milon nos mostra mais do que somente a progressão de carga no treinamento, o que chamamos de princípio da sobrecarga, era um atleta grego bem disciplinado, ganhando seis vezes os jogos olímpicos, sua história nos mostra a dedicação e a conexão entre a mente o corpo e um objetivo claro, o mesmo podemos empregar nos dias de hoje.
Um físico bem esculpido é o resultado do tempo sob tensão dos músculos que alcançamos em uma seção de treinamento, e repetidamente ao longo do tempo, o que conhecemos como princípio da continuidade. É preciso estar comprometido com treino e seu objetivo, independente de qual seja ele, emagrecer, um físico mais atlético ou performance esportiva. É preciso criar a conexão entre cérebro e o grupo muscular que estamos recrutando. Joe Weider, considerado o pai da musculação, não sendo quem criou, mas quem organizou e segmentou os métodos de treinamento qual nós conhecemos hoje, nos presenteou com sistemas de treinamento que se usados de forma inteligente respeitando os princípios do treinamento físico, entre eles, a individualidade biológica, adaptabilidade, interdependência volume intensidade e reversibilidade, certamente os resultados serão eficazes. Weider também criou o maior e mais importante campeonato de fisiculturismo do mundo, o Mr. Olympia, tendo como precursor Arnold Schwarzenegger, que se tornou uma referência no esporte, alvo de grande admiração por nós entusiastas da musculação.
Arnold, era e é muito mais do que apenas músculos bem desenvolvidos, ele se dedicou a estudar psicologia para entender quais eram os efeitos da mente em relação a sua performance atlética, no Pump Iron, documentário sobre fisiculturismo, fica muito claro o quanto ele estava conectado com seu treino, seu posicionamento sobre as adversidades da vida e seu comprometimento com o objetivo proposto.
O que todas essas referências nos mostram, é que, musculação é muito mais do que simplesmente executar séries e repetições, andar pela a academia carregando uma ficha como se fosse uma receita de bolo, é a interação corpo e mente, a somatória das vinte e quatro horas do seu dia, adequação do sono, da sua alimentação, demanda de treinamento e equilíbrio dos níveis de estresse. Muito se fala em detonar o músculo, em treinar até falhar, isso é apenas uma fatia do bolo. O período regenerativo necessita tanta atenção quanto os treinos mais intensos, recuperar-se bem, é fornecer as condições ao corpo para que possa sempre trabalhar em alto rendimento dentro da sala de peso. Musculação é a interação corpo e mente, a conexão entre o estado emocional de um individuo e a realização do exercício.
Para refletirmos deixo a citação do poeta romano Juvenal, “Mens sana in corpore sano (‘uma mente sã num corpo são’)” que após várias interpretações pode nos expressar o conceito de equilíbrio e uma vida saudável.
Professor especialista Luiz Henrique de Abreu CREF 140294-G/SP
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