Com o aumento da conscientização sobre saúde mental, muitas pessoas buscam formas de melhorar seu bem-estar psicológico. Além das terapias convencionais, como a psicoterapia e o uso de medicamentos, estudos recentes sugerem que praticar musculação também pode beneficiar a saúde mental.
Um estudo realizado por Macedo et al. (2013) avaliou os efeitos da musculação em mulheres e mostrou uma redução significativa nos níveis de ansiedade e depressão após o programa de treinamento. Além disso, houve um aumento significativo na autoestima das participantes. Outro estudo, realizado por Ströhle et al. (2007), descobriu que a prática de exercícios físicos, incluindo a musculação, pode ser tão eficaz quanto a terapia com medicamentos no tratamento da depressão leve a moderada.
Os benefícios da musculação para a saúde mental são explicados por diversos mecanismos: aumento da produção de endorfina, um neurotransmissor que atua como analgésico natural e pode ajudar a reduzir os sintomas de ansiedade e depressão (Hamer & Karageorghis, 2017). Além disso, auxilia na melhorara da autoestima, já que o treinamento de força leva a um aumento da massa muscular e da aparência física (Netz et al., 2005).
Outro ponto importante é a promoção da socialização e conexão com outras pessoas, o que é especialmente benéfico para aqueles que sofrem de transtornos mentais. A participação em grupos de musculação pode ajudar a criar uma rede de apoio social e sensação de pertencimento (Kilpatrick et al., 2005).
Contudo, é importante o acompanhamento profissional para segurança adequada nesses exercícios. Lesões musculares e ósseas, além de efeitos colaterais em indivíduos com determinadas condições de saúde, podem ocorrer caso a prática não seja adequada.
Em suma, a musculação constitui uma estratégia eficaz para melhorar a saúde mental e o bem-estar psicológico. Com a crescente conscientização sobre a importância da saúde mental, mais pesquisas são necessárias para explorar o potencial terapêutico dessa modalidade em diferentes populações e contextos.
Referências
Macedo, R. V., de Menezes, A. R., Rocha, S. V., & de Carvalho, T. (2013). Effects of resistance training on anxiety disorder symptoms: a systematic review. Archives of physical medicine and rehabilitation, 94(5), 956-965.
Ströhle, A., Graetz, B., Scheel, M., Wittmann, A., Feller, C., Heinz, A., & Dimeo, F. (2007). The acute antipanic and anxiolytic activity of aerobic exercise in patients with panic disorder and healthy control subjects. Journal of Psychiatric Research, 41(6), 574-578.
Hamer, M., & Karageorghis, C. I. (2017). Psychobiological mechanisms of exercise and depression. Journal of affective disorders, 217, 67-85.
Netz, Y., Wu, M. J., Becker, B. J., & Tenenbaum, G. (2005). Physical activity and psychological well-being in advanced age: a meta-analysis of intervention studies. Psychology and aging, 20(2), 272-284.
Kilpatrick, M., Hebert, E., & Bartholomew, J. (2005). College students’ motivation for physical activity: differentiating men’s and women’s motives for sport participation and exercise. Journal of American college health, 54(2), 87-94