Ouvimos muito falar que estamos vivendo um mundo em constantes transformações , mas na verdade já estamos vivendo uma nova era onde não nos damos conta que a única certeza é que tudo e todos são definitivamente provisórios.
Zygmunt Bauman atribuiu ao mundo pós moderno a nomenclatura de modernidade líquida em alusão a facilidade de dissipação do líquido. Esse olhar traduz a velocidade do modismo, as transformações comportamentais, as mudanças de hábitos, as ressignificações, a inversão de valores, em fim, tudo que vem e passa de maneira efêmera reduzindo a expressão dos efeitos e experiências incompletas prejudicando a compreensão de uma vivência plena que por muitas vezes nem percebemos que passamos por determinadas etapas. Nesse cenário a inovação, criatividade e visão periférica, tornaram-se matéria prima nobre para o mundo das ideias. Ideias que auxiliem na convivência com o turbilhão de fatos e alterações que influenciam nossa forma de nos mantermos inseridos nos dias atuais.
As ideias ganharam status de “indispensáveis” e “primordiais” para quem almeja se posicionar fora da mediocridade. A pandemia deu maior expressão a globalização e trouxe a reboque um novo olhar, para o que há 5 anos tínhamos como conceito de produtividade. Os resultados como fim, se sobrepõe aos meios, terreno perigoso onde habitam os contornos da moral e da ética.
Aquisição de linguagem, não mais pressupõe o aprendizado de uma língua estrangeira. A linguagem em dias atuais significa a compreensão do ambiente em sua dinâmica. Podemos citar a informática com sua linguagem específica, a comunicação em redes sociais tem sua comunicação subjetiva, os jogos virtuais e os signos referenciais que possuem linguagem específica, em fim, linguagem ganhou um novo espectro cheio de neologismo, e dentro desse mundo é que as ideias são vendidas a preço de ouro.
Learnability, é um termo que está na crista dessa onda de novas linguagens, onde seu significado traduz a capacidade de rápida adaptação. Uma habilidade muito exigida na prospecção de capital intelectual. Isso pressupõe, uma versatilidade ainda maior no portfólio dos atributos que integram o perfil do profissional no mercado de trabalho.
Metodologia não mais é entendida como formato padrão de procedimentos com data e hora certa para cumprimento. A premissa é outra, método passou a ser matéria prima da subjetividade, onde se busca informação de forma autônoma, livre e desvinculada de regras, onde já não se aprende mais para acumular conhecimentos, mas sim para se tornar uma pessoa melhor, contribuindo para uma sociedade mais qualitativa.
É nessa ambiência que sugiro uma reflexão: Até onde estamos inseridos nessa nova era ? Até quando estaremos relativizando o tempo como pretexto de nosso atraso ?
Até onde chegaremos talvez não seja o mais importante, mas até onde temos feito para nos fazer presentes no presente.