Teoria da Auto-determinação (Self-determination Theory):
Uma das teorias pioneiras e mais aceitas até hoje na área de motivação foi desenvolvido por Deci e Ryan (1985) e foca em fatores, principalmente nos sistemas de recompensa, que influenciam a motivação intrínseco do indivíduo (FREDRICK; RYAN, 1995).
De acordo com essa teoria, cada pessoa apresenta três necessidades básicas, demonstrar e se sentir competente, autonomia para tomar suas decisões, e de relacionamento (RYAN; DECI, 2000) que a levariam a desenvolver sua motivação intrínseca, a qual pode se subdividir em motivação orientada para aquisição de conhecimento, conquistas, e ainda experiências de estimulação.
Ao contrário, necessidades satisfeitas por medalhas, status e dinheiro aumentam os níveis de motivação extrínseca, a qual se também se subdivide em três, regulação externa (Recompensas e evitar punições, regulação introjetada (participação esportiva se deve à pressões ou coerção), e regulação identificada (Participação por escolha própria, apesar de não ter vontade) . Por fim, os pesquisadores recentemente definiram um novo nível de motivação chamado de ‘amotivação’, o qual se refere à ausência de motivação e prediz abandono de atividades físicas (VALLERAN, 2001).
Teoria da Competência percebida (Perceived Competence Theory):
De acordo com a teoria de Harter, processos motivacionais são influenciados pela percepção de competência e controle sobre o ambiente (BABKES; WEISS, 1999) e um indivíduo busca competência cognitiva, social e física.
Quando uma pessoa pratica determinada atividade com o intuito de melhorar, irá receber feedback de diversas fontes, desde comentários de seus colegas, até as próprias constatações de melhora ou piora. Isso por sua vez irá afetar a forma como o indivíduo percebe sua competência, evolução, etc, aumentando ou diminuindo sua probabilidade de se engajar na atividade futuramente (WEISS; FRAZER, 1995). Percepções de sucesso e competência serão acompanhadas por prazer intrínseco, aumento os níveis motivacionais da pessoa. Percepções de incompetência e insucesso pode fazer com que a pessoa desista da atividade.
Teoria de metas de conquista (Achievement Goal Theory):
Nicholls originalmente desenvolveu essa teoria para o contexto educacional (NICHOLLS, 1984). Essa teoria foca nas crenças individuais associadas ao sucesso e conquista e, de acordo ela, a orientação que as pessoas apresentam, para a tarefa ou para o ego, são influenciadas por variáveis situacionais e ambientais (DUDA, 1997). Orientação para a tarefa se refere à pessoas que focam em dominar certas habilidades e aprimorá-las, enquanto orientação para o ego remete à pessoas que buscam melhorar suas habilidades para ser melhor em comparação com outros.
Teoria social cognitiva e Auto-eficácia (Social Cognitive Theory):
De acordo com o trabalho pioneiro de Bandura (1977), existem quatro fontes de feedback capazes de afetar a auto-eficácia de uma pessoa, a qual se define como o julgamento que se tem sobre sua própria capacidade para realizar uma atividade de maneira satisfatória: Peformances de qualidade (experiências passadas); experiência vicária (observação da performance de outras pessoas), estados fisiológicas (ansiedade); e persuasão verbal (instruções do técnico).
Indivíduos com um senso de auto-eficácia alto costuma se engajar em mais atividades semelhantes, enquanto que aqueles com baixa auto-eficácia tendem a abandonarem a atividade devido à percepção de insucesso e fracasso.
Teoria das trocas sociais (Theory of Social Exchange):
De acordo com essa teoria, todo indivíduo tem certas expectativas e percepções em relação à determinada atividade, e a comparação entre benefícios e custos irá definir se o indivíduo sentirá alguma satisfação com a atividade. Além disso, essa atividade é comparada com alternativas realistas, algo que determinará se o indivíduo permanecera ou não se engajando (HARDY, 1996)
Referências:
Bandura, A. (1977a) Self-efficacy: Toward a Unifying Theory of Behavioral Change’, Psychological Review, vol. 84, pp. 191–212.
Babkes, M.L. and Weiss, M.R. (1999) ‘Parental Influence on Children’s Cognitive and Affective Responses to Competitive Soccer Participation’, Pediatric Exercise Science, vol. 11, pp. 44–62
Duda, J.L. (1997) ‘What I Like in a Theory of Motiva- tion: Building on the Present with a Look into the Future’, in R. Lidor and M. Bar-Eli (eds), Innova- tions in Sport Psychology: Linking Theory and Practice (pp. 248–9). Netanya, Israel: Internation- al Society of Sports Psychology. .
Frederick, C.M. and Ryan, R.M. (1995) ‘Self-determi- nation in Sport: A Review using Cognitive Evalua- tion Theory’, International Journal of Sport Psychology, vol. 26, pp. 5–23
Hardy, L. (1996) ‘Testing the Predictions of the Cusp Catastrophe Model of Anxiety and Performance’, The Sport Psychologist, vol. 10, pp. 140–56.
Nicholls, J.G. (1984) ‘Achievement Motivation: Con- ceptions of Ability, Subjective Experience, Mastery Choice, and Performance. Psychological Review, vol. 91, pp. 328– 46
Ryan, R.M. and Deci, E.L. (2000) ‘Self-Determination Theory and the Facilitation of Intrinsic Motivation, Social Development, and Well-Being’, American Psychologist, vol. 55, pp. 68–78.
Deci, E.L. and Ryan, R.M. (1985) Intrinsic Motivation and Self-Determination in Human Behavior. New York: Plenum Press.
Vallerand, R.J. (2001) ‘A Hierarchical Model of Intrin- sic and Extrinsic Motivation in Sport and Exercise’, in G.C. Roberts (ed.), Advances in Motivation in Sport and Exercise (pp. 263–319). Champaign, IL: Human Kinetics.
Weiss, M.R. and Frazer, K.M. (1995) ‘Initial, Contin- ued, and Sustained Motivation in Adolescent Female Athletes: A Season-Long Analysis’, Pedi- atric Exercise Science, vol. 7, pp. 314–29.
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