Modéstia

Modéstia

Mario Sergio Cortella e um de seus excelentes textos sobre “Modéstia”.

Modéstia é aquilo que não excede, aquilo que não exagera em relação a si mesmo. Modesto é aquele capaz de saber que, embora tenha qualidades, primeiro não as tem todas, e segundo, mesmo as tendo, não deve propagá-las em larga escala, porque o autoelogio não é algo que se deva assimilar como uma conduta inteligente.

Um elogio é bastante agradável quando somos capazes de recebê-lo por algo que fizemos, por algo que foi bem apreciado, bem avaliado. Agora, modéstia fingida é extremamente ruim. A própria palavra “modéstia” tem um prefixo que é mod-, que significa medida, entendida como aquilo que dá a dimensão que algo deva ter.

Nesse sentido, a modéstia tem o seu lugar, a sua medida. E falsa modéstia é uma maneira fingida de supor que não se tem uma qualidade que se deseja imensamente. Quando alguém tem uma falsa modéstia, de maneira geral, ao receber um elogio, finge que não é bem daquele jeito, obrigando até quem elogia a elogiar de novo ou insistir no elogio.

O escritor francês Jules Renard, num diário escrito no fim do século XIX, dizia que “a modéstia fica bem nos grandes homens, o que é difícil é não ser nada e ainda assim ser modesto”.

Isto é, quando não temos um número grande obras elogiadas ou de habilidades reconhecidas, a modéstia é mais difícil.

 

Mario Sergio Cortella

 

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Mario Sergio Cortella é um filósofo, escritor, educador, palestrante e professor universitário brasileiro mais conhecido por divulgar questões sociais ligadas à filosofia na sociedade contemporânea.

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