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LOCKDOWN

Em tempos tão difíceis, tivemos a proposta do lockdown como solução para uma pandemia. Solução esta que muitos criticaram, outros se rebelaram; Mas que no final das contas tornou-se obrigatória à todos. Tivemos falência de muitos comércios, desempregos, alta na taxa de juros, no dólar, nos preços dos supermercados. Enfim, o suposto benefício que trouxe para o controle da doença, também trouxe prejuízos inimagináveis para as pessoas. Além disso, o lockdown trouxe com ele diversos efeitos emocionais. A depressão foi a que vimos com mais frequência, mas também tivemos a paranóia, o pânico, a introspecção e até o auto conhecimento de pessoas que nunca tiveram tempo e oportunidade para olhar para si e para seu núcleo familiar. Consequentemente, diversas separações vieram e também um período de muita carência afetiva para aqueles que moram sozinhos, pois como sabemos, no lockdown cada um fica em sua casa sem poder ter contato pessoal com outras pessoas.

O que tanto me questiono é: isso tudo aconteceu só agora ou já vínhamos vivendo uma espécie de lockdown interior anteriormente e apenas estamos com os sentimentos que já tínhamos, exaltados por esse período? Fato é que as relações interpessoais vinham, de tempos em tempos caminhando a passos decrescentes. Cada vez mais as pessoas já estavam se isolando umas das outras, socialmente falando e principalmente emocionalmente falando. Um lockdown essencialmente voluntário.

O distanciamento social anda cada vez mais comum em nossa sociedade: falta de tempo, trabalho excessivo, falta de convívio familiar, uso inadequado do celular e de plataformas de streaming, principalmente pelo público jovem e infantil; Ocasionando dessa forma sintomas como depressão, ansiedade, privação do sono e isolamento social.

Percebe-se com clareza, que antes mesmo desse lockdown obrigatório que tivemos que passar por causa dessa pandemia do coronavírus, já vivíamos num lockdown voluntário com a escassez de crianças brincando ao ar livre causada pelo medo da violência nas cidades, pouca relação entre pais e filhos, filhos que passavam mais tempo nas escolas e em tarefas extracurriculares do que em casa, crianças que passam maior parte do dia sozinhas distraídas com seus jogos, adultos que passam maior parte do tempo no celular; ou seja: pouca conversa, muita introspecção.

A esperança de todos é que com o controle da doença tudo volte à normalidade. Porém uma mudança comportamental da sociedade será a grande sequela deixada por esse doloroso período. Resta saber se esse “lockdown social” será provisório ou permanente. Se a sociedade fará um estreitamento nas relações interpessoais ou se tornaremos uma sociedade cada vez mais introspectiva.

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