Mario Sergio Cortella e um de seus excelentes textos sobre “Invisibilização”.
Não ser notado é uma ideia que hoje pareceria péssima numa sociedade que, em grande medida, aprecia a celebridade. Aquele ou aquela que se torna célebre momentaneamente parece um cometa, vem, brilha, deixa um rastro imenso com a cauda e desaparece. Cultiva-se a ideia de estar o tempo todo em evidência, de não ser invisível, de aparecer para outras pessoas, de desejar ser falado, ainda que essa fala seja difamante.
O escritos irlandês Oscar Wilde, em Retrato de Dorian Gray, que gerou filme e peça de teatro, trata do desejo da imortalidade e da juventude eternas. No livro, Wilde dizia que “só é não sê-lo”. Ele está, como autor do século XIX, dizendo isso há mais de um século e, ainda assim, essa ideia tem uma presença muito forte no nosso modo de convivência. Ser invisível, para algumas pessoas, é absolutamente horroroso. O que leva pessoas a quererem, mesmo que de maneira negativa, serem lembradas, mencionadas.
Evidentemente que o apreciável é ser bem notado, mas mesmo ser mal notado, chamar a atenção, ser exagerado, ser hiperbólico – para usar uma expressão da matemática e da filosofia – ainda assim vale a pena para certas fulanidades…
Mario Sergio Cortella
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Mario Sergio Cortella é um filósofo, escritor, educador, palestrante e professor universitário brasileiro mais conhecido por divulgar questões sociais ligadas à filosofia na sociedade contemporânea.
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