O período de isolamento tem se mostrado um verdadeiro desafio para muitas pessoas. Como é de se esperar, a mudança brusca e forçada no cotidiano traz consigo uma série de efeitos, sejam eles econômicos, sociais e psicológicos.
Pesquisas feitas com isolamento social já apontaram para um conjunto de consequências esperáveis, entre elas estão ansiedade, depressão, estresse irritabilidade e insônia. Sintomas comuns de uma mente sob pressão. Porém, é interessante salientar que poucas dessas pesquisas simularam com exatidão uma situação de pandemia, onde há constantemente um fluxo de informações e notícias sobre os riscos do mundo lá fora.
Portanto, no momento atual, observamos uma série de impactos que não foram previstos.
Quem é você na pandemia?
1 – Negação
Sem dúvida, conhecemos alguém que se porta assim diante da pandemia. Essa pessoa diminui os riscos existentes, desafia as orientações de segurança e se expõe ao perigo. Embora pareça fácil condenar essa pessoa por suas atitudes, essa é uma ação para tentar evitar perspectiva de impotência, empurrando para longe qualquer postura que leve a sensação de estar com as mãos atadas, negando assim não apenas a situação, mas sua própria fragilidade.
É uma postura que, na prática, reduz a sensação de ansiedade, servindo como autodefesa.
2 – Obsessão
A obsessão significa uma ideia fixa que fica na cabeça, a qual orienta, estimula ou impulsiona certos comportamentos e atitudes. A ideia fixa mais comum durante uma época de pandemia é a de limpeza.
Como consequência, é possível observar muitas pessoas limpando as mãos, limpando os produtos comprados, limpando a casa de modo frenético e intenso, parecendo que nada nunca está bom o bastante, repetindo rituais de limpeza em curtos espaços de tempo, tudo para “exorcizar” um mal que parece nunca estar vencido.
Esse é mais um comportamento sintoma da ansiedade, onde realizar a limpeza aplaca a ideia fixa e acusatória de que o risco está por todo lugar, logo, limpar alivia a ansiedade e, também, afasta a sensação de impotência.
3 – Sensação de Impotência
Bem, já foi falado que a negação e a obsessão são maneiras de afastar a sensação de impotência, modos de se autodefender psicologicamente de ideias e sensações nocivas, por outro lado, haveriam aquelas pessoas que não se blindariam dessa sensação, mas navegariam nesta.
Estar preso em casa, por mais pacata e caseira que seja a pessoa em questão, não é uma situação confortável, por não se tratar de uma escolha voluntária e sim de uma atitude a ser tomada para evitar ou minimizar danos a saúde. Muitos diante dessa situação acabam se sentindo impotentes.
A sensação de culpa é altamente corrosiva. A voz que fica dentro de nós nos acusando de algo, cobrando uma atitude ou solução, é um peso mental de adoecer qualquer pessoa.
4 – Claustrofobia
Por fim, outro efeito desse período de isolamento é a claustrofobia. O medo de lugares fechados tem se manifestado em pessoas que não possuíam histórico ou parâmetros que sugerissem tal condição.
O confinamento prolongado tem criado uma carga emocional e psicológica tremenda, por outro lado, a quantidade de pessoas que buscam ajuda psicológica caiu (compreensível pela situação econômica delicada que muitas famílias se encontram), essa pressão interna não escoada acaba por manifestar e emergir diversas condições, como as previamente explicadas neste artigo. Portanto, a sensação de sufocamento, a sensação de solidão, a tristeza e percepção de paredes se fechando são todos sintomas compreensíveis de pessoas que foram tolhidas da companhia de pessoas queridas, em outras palavras, suas mentes e corpos estão sofrendo.
Eu trouxe esse artigo para que ele sirva um pouco de catarse, para o leitor que se identificar não pense que ele é o único ou pense que está ficando louco (todos nós estamos sofrendo, mas a maioria não demonstra).
O sofrimento, principalmente em uma situação como essa, é plenamente compreensível. Deixo como sugestão de leitura outro artigo também do site pensar bem viver, o artigo é: 5 ações para enfrentar a pandemia de coronavirus, este artigo dá dicas de como lidar com essa pressão psicológica que se criou neste momento de crise. Trate de você como se você estivesse tratando de uma pessoa querida, busque ajuda.
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