Chamar alguém de imbecil é um dos xinamentos prediletos, inclusive no trânsito, nas grandes cidades do nosso país. Não é incomum alguém, ao volante, gritar “seu imbecil”. A ideia de menosprezo à inteligência de outra pessoa vem, exatamente, da utilização desse tipo de qualificativo.
A imbecilidade como um estado de redução mental em que a pessoa se aproxima não da demência, mas da tolice, da burrice. Ou, para usar um termo da literatura do século XIX, da “parvoíce”.
Uma pessoa parva é marcada pela redução da capacidade de raciocínio.
Chamar de imbecil acaba servindo, inclusive para um xingamento interno, seja no mundo do trabalho, seja na convivência. Muitas vezes não se fala a palavra, mas se pensa “que imbecil”.
Claro que dá para pensar sobre si mesmo. O escritor Leon Eliachar (1922-1987) inverteu um pouco o óbvio ao lembrar que “imbecil é o sujeito que nunca concorda conosco ou concorda sempre”.
A imbecilidade entendida como uma forma de ofensa é, acima de tudo, algo que pode ser aplicado tanto quando me refiro a alguém que não pensa como eu, mas também a alguém que pense só como eu, e se eu suponho que também tenho a capacidade, e o tenho, de ser imbecil, isso me coloca num patamar de igualdade e de junção.
Texto escrito pelo…
Mario Sergio Cortella
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Mario Sergio Cortella é um filósofo, escritor, educador, palestrante e professor universitário brasileiro mais conhecido por divulgar questões sociais ligadas à filosofia na sociedade contemporânea.
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