Mario Sergio Cortella e um de seus excelentes textos sobre “Hino Nacional”.
Eu gosto assistir a alguns eventos, especialmente esportivos, em que hinos nacionais são tocados. Na Olimpíada, por exemplo, as letras dos hinos me chamam a atenção. Quando eu era criança e estava na educação básica me assustava – ainda hoje me assusto – com as letras de alguns hinos nacionais, que acabaram representando quase um grito de guerra com relação à afirmação da identidade nacional, da identidade territorial, da capacidade de proteção e defesa em relação a outros povos. Muitos hinos têm uma marca ligada ao enfrentamento de inimigo, o sangue que vai correr, o pescoço que vai ser degolado com o uso de uma espada, a lança que é inserida no peito do inimigo até o final.
E nós, na escola, especialmente, mas não exclusivamente, ao mostrarmos para as crianças os hinos temos de identificar neles qual a origem histórica, isto é, porque eles têm um conteúdo belicista, que em vários momentos é violento, que parece que, se nós existimos, o outro povo não pode existir.
Esse caráter agressivo de hino nacional tem que ser explicado para que não quebremos a ideia forte de fraternidade, embora o nosso diga “deitado eternamente em berço esplêndido”, e isso nos pode até ajudar se o deitado não for por preguiça….
Mario Sergio Cortella
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Mario Sergio Cortella é um filósofo, escritor, educador, palestrante e professor universitário brasileiro mais conhecido por divulgar questões sociais ligadas à filosofia na sociedade contemporânea.
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